Economia

Inundações na Europa Central vão custar milhões de euros

As inundações históricas de 2002 "custaram 11 bilhões de euros à economia" alemã, lembrou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria, Eric Schweitzer


	Enchente na Europa central: as companhias tchecas de seguros evocaram um montante de ao menos 294 milhões de euros.
 (Getty Images)

Enchente na Europa central: as companhias tchecas de seguros evocaram um montante de ao menos 294 milhões de euros. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 16h07.

Berlim - As inundações que atingem há vários dias vastas regiões de Alemanha, Áustria, Hungria, República Tcheca e Suíça vão custar milhões de euros em perdas em agricultura, usinas fechadas, construções e infraestruturas destruídas.

As inundações históricas de 2002 "custaram 11 bilhões de euros à economia" alemã, lembrou nesta sexta-feira o presidente da Câmara de Comércio e Indústria, Eric Schweitzer.

"Em algumas regiões, a amplitude dos danos vai superar os de 2002", alerta.

As tempestades na Suíça causaram ao menos 33,3 milhões de euros em perdas materiais, principalmente devido aos estragos em prédios e estoques comerciais, segundo a Associação Suíça de Seguradoras (ASA), que prevê uma revisão em alta destes números.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Necas, antecipou "dezenas de milhões de coroas" em danos (várias centenas de milhões de euros) em seu país. O balanço preciso da catástrofe, considerada de amplitude equiparável à de 2002, deve ser divulgado em uma ou duas semanas.

Na Hungria, os três episódios precedentes de inundações custaram ao país perdas de 140 milhões de euros em 2002 (0,2% do PIB), de 280 milhões em 2006 (0,4% do PIB) e de 480 milhões em 2010 (0,6% do PIB), segundo uma análise do site econômico Portfolio.

Já atingidos por um inverno particularmente longo, muitos campos cultivados estão submersos. Na Alemanha, o ministério da Agricultura fala de 335.000 hectares inteiramente ou parcialmente inundados e 172,6 milhões de euros de danos já registrados, sobretudo na Baviera.

Na República Tcheca, 35.000 hectares de terras agrícolas estão sob as águas e este número pode chegar a 80.000, de acordo com o chefe do departamento agrário, Jan Veleba.


Entre problemas de transporte, funcionários desalojados e usinas inundadas, a indústria também deve ser fortemente atingida. A Porsche, por exemplo, suspendeu a fabricação de seu modelo Cayenne em Leipzig (leste) por não conseguir trazer as carrocerias fabricadas na Eslováquia.

Na Áustria, o grupo de energia Verbund parou sete de suas nove centrais hidráulicas, mas já recomeçou a religá-las progressivamente, enquanto na República Tcheca algumas fábricas à margem do rio Elba, principalmente a de produtos químicos, pararam suas atividades por precaução.

As inundações devem custar caro às seguradoras. As companhias tchecas do setor evocaram um montante de ao menos 294 milhões de euros.

Os danos devem pesar sobre a atividade econômica imediata. O diretor da federação alemã da indústria austríaca, Ulrich Grillo, teme que a retomada econômica demore mais do que o previsto. Mas, para além do impacto no curto prazo, o governador do Banco Central, Ewald Nowotny, considera que os consertos podem ter "um efeito de crescimento".

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