Haddad também abordou o impacto das medidas fiscais adotadas ao longo do ano nas contas públicas (Diogo Zacarias/MF/Flickr)
Redatora
Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 18h38.
Última atualização em 31 de dezembro de 2024 às 11h10.
As intervenções do Banco Central (BC) no mercado cambial ao longo de 2024 foram avaliadas como "corretas" pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o ministro, que falou com jornalistas nesta segunda, 30, as medidas buscaram reduzir a liquidez excessiva e estabilizar o mercado em um ano marcado por ajustes fiscais e um dólar fortalecido globalmente .
"Eu penso que as intervenções do Banco Central foram corretas, no sentido de dar liquidez para quem eventualmente está fazendo remessa, enquanto o mercado processava as informações a respeito das medidas fiscais", afirmou.
Haddad disse que o dólar terminou "muito forte no mundo todo" e que o regime cambial flutuante brasileiro foi um amortecedor importante.
"O câmbio no Brasil não é fixo. O mercado ajusta conforme as condições internas e externas", disse.
Nesta segunda-feira, o BC realizou seu 14º leilão de dólar em dezembro para conter a alta da moeda que bateu R$ 6,24 no dia.
Em um intervalo de 12 dias úteis, o BC já queimou US$ 32,574 bilhões da reserva internacional. Foram 14 leilões, nove com oferta de dólares à vista e cinco com compromisso de recompra (linha).
A autoridade monetária injeta novos recursos no mercado quando considera que há alguma disfuncionalidade nas negociações, o que ajuda a frear a disparada de preços.
No fim do pregão, o câmbio terminou cotado a R$ 6,18, com salto de 27,34% no ano. Essa é a maior variação anual desde 2020, ano da pandemia da covid-19.
Em suas declarações, Haddad também abordou o impacto das medidas fiscais adotadas ao longo do ano nas contas públicas. Ele apontou que ajustes contábeis em estatais influenciaram os números fiscais , gerando percepções de déficits que, segundo o ministro, não refletem a realidade.
"Às vezes, o investimento aparece como déficit, mas há explicações técnicas que precisam ser consideradas", disse.
Segundo o ministro, o Ministério do Planejamento e a equipe da Fazenda continuam afinando os dados fiscais para garantir maior transparência e previsibilidade em 2025.