Dinheiro: o índice que mede a segurança de crédito também caiu 2,3% em dezembro
Agência Brasil
Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 17h04.
A intenção de financiamento caiu 4,1% em dezembro deste ano na comparação com o mês de novembro, passando de 18,4 para 17,6 pontos.
Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 4,4%. Com o recuo da intenção de financiar, apenas 8,2% dos consumidores paulistanos estão dispostos a tomar crédito nos próximos três meses, índice abaixo dos 10,1% da média histórica.
Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
"Em dezembro, nem mesmo a preparação para o Natal e o pagamento do 13º salário mudaram a intenção de contrair financiamentos por parte dos consumidores, que normalmente se mostra mais elevada nesse período do ano. Neste mês, o que ocorreu foi exatamente o oposto, de acordo com a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE)", disse, em nota, a FecomercioSP.
O índice que mede a segurança de crédito também caiu 2,3% em dezembro, na comparação com o mês anterior, passando de 80,2 pontos para 78,4 pontos. Em relação ao mesmo mês de 2015, houve alta de 2,9%, quando o índice registrava 76,2 pontos.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o índice de segurança de crédito caiu "devido à redução da poupança dos consumidores não endividados, cujo índice recuou 10,3% na comparação com novembro. Tal comportamento é consonante com a intenção de financiamento ao revelar um consumidor ainda inseguro em assumir novas dívidas e que se possível utiliza suas reservas financeiras para cobrir as despesas".
Segundo a entidade, "o início do próximo ano exigirá cautela por parte dos consumidores e financiadores. Apesar da expectativa de uma retomada econômica, o desemprego permanecerá elevado. Nesse final de ano, mesmo com o pagamento do 13º salário, as famílias têm optado por quitar dívidas em vez de fazer compras de Natal".
"Diante da crise, a proporção de famílias que deve usar os recursos extras para quitar dívidas ou fazer poupança deve ser maior e esse é um comportamento esperado que pode dar alívio ao risco de crédito", acrescentou.
A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos, segundo informação da FecomercioSP.
Em dezembro, 60,5% das famílias afirmaram que a poupança foi o principal destino dos seus recursos, recuo de 1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com novembro. Em dezembro de 2015, essa proporção era de 73,1%.
Apesar de ainda ser a favorita, a poupança perdeu espaço ao longo dos últimos meses tanto para a renda fixa quanto para a previdência privada devido aos juros nominais de quase 14% praticados no país e de uma população em fase de envelhecimento, segundo a entidade.
A proporção de aplicadores em renda fixa passou de 21,8% em novembro para 22% em dezembro. No mesmo mês de 2015, a proporção era de 11,6%. Já a previdência privada passou dos 7,8% em novembro para 8,6%, em dezembro.