Economia

Infraestrutura e educação são os desafios do Brasil

Brasília - As deficiências do Brasil nos setores de infraestrutura e educação estão entre os principais "desafios" que o país precisa enfrentar para crescer de maneira sustentável, avalia um relatório da consultoria inglesa Economist Intelligence Unit (EIU) divulgado hoje (27). O estudo reuniu dados da própria consultoria, entrevistas com analistas e especialistas e um levantamento […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - As deficiências do Brasil nos setores de infraestrutura e educação estão entre os principais "desafios" que o país precisa enfrentar para crescer de maneira sustentável, avalia um relatório da consultoria inglesa Economist Intelligence Unit (EIU) divulgado hoje (27).

O estudo reuniu dados da própria consultoria, entrevistas com analistas e especialistas e um levantamento feito entre abril e maio com executivos de 536 companhias em 18 países.

A consultoria EIU identificou quatro áreas nas quais o Brasil precisa progredir, se quiser alcançar o seu potencial econômico: educação, infraestrutura, inovação e reconhecimento internacional de marcas. As informações são da BBC Brasil.

"Se estes desafios arraigados puderem ser solucionados na próxima década, a economia poderia sustentar taxas de crescimento acima de 5% ao ano por um longo período", afirmou a especialista da EIU para as Américas, Justine Thody. "Para um país de renda média com uma população perto de 200 milhões de habitantes, seria um dos mercados mais atraentes do mundo."

O relatório, encomendado pelo banco HSBC, procurou avaliar "como os investidores veem o Brasil e como o Brasil vê o mundo". Quase metade dos entrevistados (49%) disse perceber o Brasil como um "mercado jovem e crescente à altura da China, Índia ou Rússia" e dois em cada cinco (40%) disseram ver o país também como "um ator emergente na cena mundial".

Entretanto, 31% associaram a economia brasileira a um "mercado com grande potencial, mas contido por um ambiente pobre de negócios", enquanto 13% afirmaram que o Brasil é "principalmente conhecido pelos extremos de riqueza e pobreza".

A EIU estima que o país crescerá 7,8% neste ano e 4,5% no ano que vem, chegando a 2014 com um PIB per capita de US$ 13,8 mil. Mas para sustentar um crescimento em torno de 5% em níveis prolongados, o país precisa resolver gargalos pelo menos nos quatro campos citados no relatório, segundo a consultoria e os entrevistados ouvidos na pesquisa.

O estudo mostra que praticamente metade dos respondentes (49%) citou entre os principais obstáculos operacionais para seus negócios no Brasil os baixos padrões - ou os altos preços, daí o termo "custo Brasil" - da infraestrutura do país. No relatório há dados que informam que as atividades de frete ainda dependem de transportes rodoviários custosos, a malha ferroviária é pequena, os portos e aeroportos estão congestionados e o potencial hidroviário permanece inexplorado.

Os pesquisadores da EIU registraram preocupação dos empresários com o não cumprimento de contratos, a corrupção e a fraca governança corporativa (34% das menções). No quesito educacional, o relatório apontou a falta de mão de obra qualificada para preencher vagas cruciais nas empresas. Entre as companhias americanas, por exemplo, esse é considerado o principal desafio a ser enfrentado pelo Brasil (na opinião de 47% das empresas).

Mais da metade dos entrevistados no Brasil (57%) disse ainda não haver estrutura no país destinada à pesquisa e ao desenvolvimento. O relatório aponta que é necessária uma maior aproximação entre empresas e universidades para gerar conhecimento e inovação - a exemplo do que já ocorre nas áreas ambiental e agrícola, nas quais o Brasil é um exportador de tecnologia.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEducaçãoInfraestrutura

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo