Economia

Inflação vai a 0,79% em junho e acumula 8,89% em 12 meses

Inflação acelera em relação a maio e registra taxa mais alta para um primeiro semestre desde 2003

Mulher caminha em supermercado no Rio de Janeiro (Andre Vieira/Bloomberg News)

Mulher caminha em supermercado no Rio de Janeiro (Andre Vieira/Bloomberg News)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de julho de 2015 às 09h46.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,79% em junho, divulgou hoje o IBGE.

A taxa acelerou em relação a maio, quando foi de 0,74%, e é quase o dobro de junho do ano passado (0,40%).

O acumulado nos últimos 12 meses chegou a 8,89%, muito acima da meta do governo (que é de 4,5% com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo). 

A taxa do primeiro semestre ficou em 6,17%, a mais alta para o período desde 2003, quando foi de 9,30%.

Apesar da piora nos números deste ano, a previsão do mercado é que a inflação experimente a maior queda em 20 anos em 2016.

Grupos

Dos 9 grupos monitorados pelo IBGE, 4 caíram e 5 subiram em relação ao mês anterior. A inflação foi puxada para cima especialmente por uma aceleração das Despesas Pessoais, que foram de 0,74% para 1,63%.

Este grupo sofreu a influência de um reajuste de 30% nos jogos de azar, que sozinhos tiveram um impacto de 0,12 ponto percentual no índice final, e de uma alta no item empregado doméstico, que subiu 0,66%.

Transportes foi de uma queda de -0,29% em maio para uma alta de 0,70% em junho devido a um aumento das passagens aéreas, que subiram 29% no mês e tiveram impacto de 0,10 ponto percentual no IPCA final.

Em relação ao mês anterior, dois grupos importantes desaceleraram. Alimentação e Bebidas foi de 1,37% para 0,63% e teve alta forte na cebola (23%) e quedas no tomate (-12%) e na cenoura (-10%).

Habitação caiu de 1,22% para 0,86% com influência de um reajuste de 4,95% na taxa de água e esgoto, responsável sozinha por 0,07 ponto percentual no IPCA do mês.

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais caiu mas continua sofrendo influência de um reajuste dos remédios no final de março.

Grupo Variação (%) Maio Variação (%) Junho
Índice Geral 0,74% 0,79%
Alimentação e Bebidas 1,37% 0,63%
Habitação 1,22% 0,86%
Artigos de Residência 0,36% 0,72%
Vestuário 0,61% 0,58%
Transportes -0,29% 0,70%
Saúde e cuidados pessoais 1,10% 0,91%
Despesas pessoais 0,74% 1,63%
Educação 0,06% 0,20%
Comunicação 0,17% 0,34%

.

Grupo Impacto (%) Maio Impacto (%) Junho
Índice Geral 0,74 0,79
Alimentação e Bebidas 0,34 0,16
Habitação 0,19 0,13
Artigos de Residência 0,01 0,03
Vestuário 0,04 0,04
Transportes -0,05 0,13
Saúde e cuidados pessoais 0,12 0,10
Despesas pessoais 0,08 0,18
Educação 0,00 0,01
Comunicação 0,01 0,01
Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIBGEIndicadores econômicosInflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo