Economia

Inflação tende a ceder e convergir para a meta, diz Copom

O comitê considera que a inflação elevada tende a convergir para a meta nos próximos anos


	Preços em supermercado: meta de inflação é 4,5%
 (Getty Images)

Preços em supermercado: meta de inflação é 4,5% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 09h34.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera que a inflação, apesar de ainda estar elevada, tende a convergir para a meta nos próximos anos.

A avaliação está na ata da última reunião do Copom, divulgada hoje (11).

No último dia 3, o Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano, pela terceira vez seguida.

O Copom interrompeu o ciclo de alta da Selic em maio, quando segurou os juros após nove aumentos consecutivos.

A meta de inflação é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ou seja, o limite superior da meta é 6,5%. Cabe ao BC perseguir o centro da meta de inflação.

Na última sexta-feira (5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, acima do teto da meta (6,5%).

A Selic é usada pelo BC como instrumento para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.

Quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

E quando mantém a taxa básica, como fez na semana passada, o comitê indica que elevações anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na inflação.

O Copom optou por não reduzir os juros, mesmo com a economia em queda.

De acordo com o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, apresentou queda de 0,6% no segundo trimestre de 2014, em relação aos primeiros três meses do ano, a segunda retração seguida.

De acordo com a ata do Copom, pressões inflacionárias presentes na economia tendem a arrefecer ou, até mesmo, se esgotarem.

O Copom cita como exemplo de pressões o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e dos administrados em relação aos livres e ganhos salariais incompatíveis com a produtividade.

O BC reafirma, ainda que, “em prazos mais curtos, some-se a isso o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário”. Isso quer dizer que a economia está crescendo abaixo do seu potencial, o que contribui para reduzir pressões inflacionárias.

“Nesse contexto, é plausível afirmar que, mantidas as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária [taxa Selic] –, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção [24 meses]”.

Para o comitê, taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos.

"Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza também que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda", reafirmou o Copom.

O Comitê enfatizou ainda que "deve se manter vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária".

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