Economia

Inflação nos EUA modera para 3,1% em janeiro, menos que o esperado

Os dados decepcionaram o mercado, que esperava uma inflação acumulada em 12 meses abaixo de 3%

Inflação EUA: Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve um aumento anual de 3,1% em janeiro, em comparação com 3,4% na medição de dezembro (AFP/AFP Photo)

Inflação EUA: Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve um aumento anual de 3,1% em janeiro, em comparação com 3,4% na medição de dezembro (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de fevereiro de 2024 às 14h43.

A inflação nos Estados Unidos, uma questão central da campanha eleitoral americana, se moderou a 3,1% na comparação anual em janeiro, menos do que o esperado, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira, 13.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve um aumento anual de 3,1% em janeiro, em comparação com 3,4% na medição de dezembro, informou o Departamento do Trabalho.

Os dados decepcionaram o mercado, que esperava uma inflação acumulada em 12 meses abaixo de 3% pela primeira vez desde março de 2021, quando a economia começava a sair da crise causada pela covid-19.

Os analistas apontaram para um aumento do IPC de 2,9%, segundo o consenso reunido pelo site especializado Market Watch.

"Em um momento em que o crescimento e o emprego permanecem fortes, a inflação caiu dois terços do seu pico", observou o presidente Joe Biden em nota, na qual reiterou que "ainda há trabalho a fazer para reduzir os preços".

A inflação subjacente, que descarta os preços mais voláteis dos alimentos e da energia e é um dado fundamental para os mercados, se manteve em 3,9% em 12 meses.

O IPC moderou-se de um máximo de 9,1%, na comparação de 12 meses em junho de 2022, e caminha rumo ao objetivo de 2% anual, uma boa notícia para o Federal Reserve (Fed, banco central).

Após anos de taxas baixas, o banco central dos EUA aumentou drasticamente as suas taxas de juros de referência, em uma tentativa de arrefecer a economia.

As taxas elevadas tornam o crédito mais caro e, assim, desencorajam o consumo e o investimento, diminuindo a pressão sobre os preços.

As taxas estão agora nos níveis mais altos em mais de dois anos, de 5,25% a 5,50%, e a expectativa do mercado e do próprio Fed é começar a reduzi-las este ano.

O governo tenta convencer os americanos de que os aumentos de preços serão contidos, mas a moderação gradual da inflação não se traduz rapidamente nas prateleiras dos supermercados.

Wall Street reagiu negativamente aos dados do IPC e registrou fortes perdas pouco depois da abertura.

Corte de taxas "não é iminente"

Os dados de inflação mostraram que os preços aumentaram 0,3% entre dezembro e janeiro, acima da variação registrada entre novembro e dezembro (0,2%), indicou o Departamento do Trabalho.

Setores como moradia, cuidados pessoais e alimentação aumentaram de preço na medição mensal, enquanto o custo com energia diminuiu.

"Os números mais recentes, que mostram uma reaceleração" do ritmo inflacionário, "especialmente nas leituras de três e seis meses (…), apoiam a visão do Fed de que os cortes nas taxas não são iminentes", observou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.

"A administração (do banco central) permanecerá paciente à medida que as decisões de política monetária se aproximam", acrescentou, em uma nota de análise.

O presidente do Fed, Jerome Powell, "indicou que (a organização) quer ver uma série de medições com inflação baixa, antes de aliviar a sua política" de taxas, afirmou Oren Klachkin, da Nationwide, à AFP.

O banco central americano considera prioritário outro índice de inflação, o PCE, cujos dados serão anunciados em 29 de fevereiro.

Em dezembro, o índice PCE se manteve estável em 2,6% na medição anual, mas a inflação subjacente marcou 2,9%, seu nível mais baixo em quase três anos.

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