Economia

Inflação na zona do euro registra leve alta, a 2,6%, em julho

Resultado mantém a incerteza sobre uma possível redução das taxas do BCE em setembro

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 31 de julho de 2024 às 10h18.

Última atualização em 31 de julho de 2024 às 10h22.

A inflação continuou o seu movimento de altos e baixos na zona do euro em julho, com uma leve alta após a ligeira queda em junho, mantendo a incerteza sobre uma possível redução das taxas do BCE em setembro.

A inflação nos 20 países que compartilham a moeda única atingiu 2,6% anualmente, depois de 2,5% em junho e 2,6% em maio, impulsionada por um novo aumento dos preços da energia, segundo números publicados nesta quarta-feira, 31, pela Eurostat.

O aumento dos preços ao consumidor já havia atingido 2,6% em fevereiro e registrou pequenas variações desde então. Apesar da oscilação, o índice está longe da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE).

Os analistas da empresa Factset acreditavam em um recuo para 2,4% em julho.

A inflação subjacente - que elimina da equação os alimentos e a energia - permaneceu estável a 2,9%, o mesmo índice desde maio, segundo a agência europeia de estatísticas.

O consenso dos analistas também antecipava uma ligeira queda, para 2,8%.

O leve aumento da inflação em julho é explicado por uma aceleração da alta dos preços da energia, a 1,3% em ritmo anual, contra 0,2% em junho.

Os preços dos serviços caíram a 4% (-0,1 ponto), assim como os preços da alimentação (incluindo álcool e tabaco) a 2,3% em julho, contra 2,4% no mês anterior.

A queda nos serviços é considerada uma boa notícia pelos especialistas, pois indica ausência de tensões salariais. É um indicador observado pelo BCE, que quer travar qualquer aumento das remunerações para conter a inflação de forma definitiva.

Os preços dos bens industriais voltaram a subir ligeiramente, para 0,8% em julho.

No geral, o aumento dos preços ao consumidor na zona do euro registrou queda expressiva desde o recorde de 10,6% em ritmo anual registrado em outubro de 2022, quando os valores da energia dispararam no contexto da guerra na Ucrânia.

A tendência permitiu ao BCE começar a flexibilizar sua política monetária para tentar relançar o crescimento econômico.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro foi superior ao esperado entre abril e junho, com um aumento de 0,3% em relação ao trimestre anterior, segundo o Eurostat, mas a preocupação é alta para o resto do ano.

Para combater a inflação, o BCE aumentou os custos dos empréstimos a uma taxa sem precedentes desde julho de 2022.

Em 6 de junho, reduziu as suas taxas de juros, proporcionando uma ligeira trégua para aliviar as tensões sobre o crédito a particulares e empresas que frearam o investimento e o consumo.

A taxa de depósitos, que se situava em 4%, o máximo atingido em setembro passado, foi reduzida para 3,75%. Alguns analistas esperam que o BCE retome os cortes nas taxas na próxima reunião do conselho agendada para 12 de setembro.

Acompanhe tudo sobre:EconomiaEuropaInflação

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo