Economia

Inflação na zona do euro acelera a recorde de 5% em dezembro

A inflação nos 19 países que usam o euro acelerou a 5% em dezembro sobre o ano anterior, de 4,9% em novembro, máxima recorde para o bloco monetário e acima da expectativa de analistas de 4,7%

Zona do euro: Os preços da energia, que avançaram 26% sobre o ano anterior, continuaram sendo os maiores vilões (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Zona do euro: Os preços da energia, que avançaram 26% sobre o ano anterior, continuaram sendo os maiores vilões (Kai Pfaffenbach/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 09h17.

A inflação na zona do euro acelerou inesperadamente no mês passado, provavelmente provocando mais reações desconfortáveis no Banco Central Europeu, que tem consistentemente subestimado as pressões de preços e vem sendo criticado por isso por algumas de suas próprias autoridades.

A inflação nos 19 países que usam o euro acelerou a 5% em dezembro sobre o ano anterior, de 4,9% em novembro, máxima recorde para o bloco monetário e acima da expectativa de analistas de 4,7%.

Os preços da energia, que avançaram 26% sobre o ano anterior, continuaram sendo os maiores vilões, mas altas em alimentos, serviços e bens importados também ficaram bem acima da meta de inflação do BCE de 2%, mostraram dados da Eurostat nesta sexta-feira.

Com a economia se recuperando do choque inicial da pandemia no ano passado, os preços dispararam, pegando o BCE --que previa uma inflação benigna há poucos meses --de surpresa.

Ampliando a pressão, gargalos na cadeia de oferta reduziram a disponibilidade de produtos, enquanto as famílias começaram a gastar em tudo, de novos carros a restaurantes.

A maior parte desses motores da inflação é temporária, portanto a pressão de preços deve acabar diminuindo.

Mas as visões sobre a velocidade com que a inflação vai diminuir divergem, bem como a expectativa sobre onde ela vai se acomodar quando a economia se ajustar ao novo normal.

O BCE estima que a inflação voltará a ficar abaixo de 2% até o final deste ano, mas uma longa lista de autoridades questiona essa narrativa, alertando que os riscos são de alta e que leituras acima da meta pode, persistir até o próximo ano.

  • Juros, dólar, inflação, BC, Selic. Entenda todos os termos da economia e como eles afetam o seu bolso. Assine a EXAME 
Acompanhe tudo sobre:BCEeconomia-internacionalEuropaInflaçãoZona do Euro

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo