Economia

Inflação na China sobe abaixo do esperado e desaceleração da economia preocupa

Os números ressaltam a fraqueza da demanda interna antes das novas medidas econômicas adotadas pelo governo chinês em setembro

Inflação na China: preços de vegetais sobem, mas consumo e demanda seguem fracos (Leandro Fonseca/Exame)

Inflação na China: preços de vegetais sobem, mas consumo e demanda seguem fracos (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 13 de outubro de 2024 às 14h46.

Tudo sobreChina
Saiba mais

A desaceleração da economia da China se intensificou em setembro. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu apenas 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelo aumento dos preços de vegetais frescos.

De acordo com o "The Wall Street Journal", o resultado ficou abaixo das expectativas dos economistas. A inflação do produtor recuou 2,8% no mesmo período, ligeiramente acima da previsão de queda de 2,6%.

A inflação básica do país — que exclui os preços de alimentos e energia — subiu apenas 0,1%, o menor nível desde fevereiro de 2021. Ao mesmo tempo, a inflação do produtor registrou queda pelo 24º mês consecutivo, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas neste domingo.

Aumento sazonal de preços e fraqueza na demanda

A inflação geral dos alimentos subiu 3,3% em setembro em comparação com o ano anterior, com o custo dos vegetais frescos aumentando 22,9%. O clima adverso e a demanda sazonal antes do feriado prolongado na China foram apontados como causas desse aumento, após uma alta de 21,8% em agosto.

Os números ressaltam a fraqueza da demanda interna antes das novas medidas econômicas adotadas pelo governo chinês em setembro para tentar reanimar a economia.

Pacote de estímulos e risco de deflação prolongada

A China enfrenta o maior período de deflação desde os anos 1990, com os preços caindo por cinco trimestres consecutivos até junho, um cenário que provavelmente continuou em setembro.

Para combater a desaceleração, Pequim cortou as taxas de juros e ampliou o apoio aos mercados imobiliário e de ações no final de setembro. O Ministério das Finanças também anunciou medidas no sábado para ajudar governos locais endividados, além de oferecer subsídios à população de baixa renda e reforçar o capital de bancos estatais.

"A inflação geral ainda está significativamente abaixo da meta, e a demanda continua fraca", afirmou Bruce Pang, economista-chefe para a Grande China da Jones Lang LaSalle. Segundo ele, com a implementação eficaz das políticas e novos estímulos, espera-se uma recuperação gradual da confiança e da demanda no mercado.

Os preços mais baixos também resultaram em uma guerra de preços nos setores de veículos elétricos e energia solar. Os custos de transporte, incluindo automóveis, caíram 5,3%, enquanto os preços de venda dos fabricantes de automóveis recuaram 2,3%.

A deflação representa um risco grave para a economia, pois pode levar a um círculo vicioso de redução no consumo e nos investimentos, agravando o desemprego e limitando o crescimento econômico.

Acompanhe tudo sobre:ChinaInflação

Mais de Economia

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje

Desafio não vai ser isentar, vai ser compensar com quem não paga, diz Haddad, sobre isenção de IR

Dino intima governo a explicar se emendas Pix para eventos cumprem regras de transparência

Governo deverá bloquear R$ 18,6 bilhões no Orçamento de 2025 para cumprir regras fiscais, diz Senado