Alexandre Tombini: ele defendeu que o regime de metas tem simplicidade, transparência, é flexível e de fácil aferição pela sociedade (REUTERS/Guadalupe Pardo)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2016 às 14h23.
Rio - Embora a inflação tenha superado o teto da meta de tolerância do governo em alguns anos recentes, ela jamais saiu do controle desde que foi implantado o regime de metas de inflação, defendeu nesta sexta-feira, 20, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (BC).
Segundo Tombini, essas situações de estouro da meta estão previstas e são administráveis dentro do próprio regime.
"Mas, em nenhuma circunstância, a inflação saiu do controle nesses 17 anos do regime de metas de inflação", declarou Tombini, que participa nesta sexta da abertura do XVIII Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio.
O presidente do BC, que deverá ser substituído por Ilan Goldfajn na equipe do governo de Michel Temer, defendeu que o regime de metas tem simplicidade, transparência, é flexível e de fácil aferição pela sociedade.
"A sociedade sabe quando os resultados são aderentes aos objetivos estabelecidos", discursou.
No cenário internacional, o sistema encontra amplo apoio, enquanto que, no Brasil, superou críticas.
O sistema foi testado em diversas ocasiões, inclusive em momentos de inflação severa, e foi a manutenção dos princípios do regime que permitiu que a inflação fosse mantida sob controle, avaliou.
"É uma boa conquista, um verdadeiro bem público para a sociedade", declarou.
Segundo ele, a transparência é crucial para o regime de metas de inflação, um dos pilares do tripé macroeconômico em curso no Brasil.
O presidente do BC disse que a autoridade monetária procura adotar o princípio de separação entre a política monetária e a política macroprudencial.
A primeira cuida da estabilidade de preços e a segunda, da estabilidade financeira. O objetivo central do BC é assegurar a segurança macroeconômica.