Economia

Inflação foi de 0,28% em novembro e 2,8% em 12 meses, diz IBGE

A inflação acumulada nos 11 primeiros meses do ano ficou em 2,5%, menor resultado para o período desde 1998. Taxa anual está abaixo do piso da meta

Consumidores caminham no mercado do Saara, no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)

Consumidores caminham no mercado do Saara, no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 09h04.

Última atualização em 8 de dezembro de 2017 às 11h24.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,28% em novembro.

A taxa veio abaixo dos 0,42% de outubro e dos 0,18% registrados no mesmo mês no ano passado.

Os dados foram informados na manhã desta sexta-feira (08) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O número também veio abaixo da expectativa do mercado, expressa pelo último Boletim Focus, que era de 0,38%.

A inflação acumulada nos 11 primeiros meses do ano ficou em 2,50%, menor resultado para novembro desde 1998, quando acumulava 1,32% a esta altura.

A inflação acumulada dos últimos 12 meses está em 2,8% - acima dos 12 meses imediatamente anteriores (2,7%), mas ainda abaixo do piso.

A lei define que o governo deve perseguir em 2017 e 2018 uma inflação anual de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

Se a inflação fecha o ano fora destas margens, o presidente do Banco Central (atualmente Ilan Goldfajn) é obrigado por lei a fazer uma carta aberta ao Ministério da Fazenda explicando o que aconteceu.

Desde que o regime de metas de inflação foi adotado em 1999, a inflação nunca ficou abaixo do piso. Em 2001, 2002, 2003 e 2015 a carta aberta teve de ser feita, mas pelo estouro do teto.

Grupos

Dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, 7 tiveram alta e 2 tiveram queda de preços em novembro em relação ao mês anterior.

Alimentação e Bebidas, que tem peso de cerca de um terço do índice, caiu pelo sétimo mês consecutivo. Os -0,38% de novembro foram ainda mais fracos do que os -0,05% de outubro.

Mas enquanto os preços dos alimentos para consumo em casa recuaram, em média, 0,72%, a alimentação fora de casa subiu 0,21%.

Chamam a atenção a queda de itens como feijão carioca (-8,40%), açúcar refinado (-4,93%), tomate (-4,64%), ovos (-3,28%) e frutas (-2,09%).

No balanço do ano, o grupo registra queda de 2,4%, menor taxa desde que o Plano Real começou em 1994.

O grupo Habitação cresceu menos em novembro (1,27%) do que em outubro (1,33%), mas ainda assim foi o grupo com maior impacto na taxa final: 0,20 ponto percentual.

0,15 ponto percentual pode ser atribuído a apenas um fator dentro do grupo: a energia elétrica, que subiu 4,21%, em média, no mês.

A alta foi influenciada pela alta nos valores da bandeira tarifária vermelha. O adicional em outubro, que foi de R$ 3,50 a cada 100 Kwh consumidos, passou para R$ 5 na mesma medida em novembro.

Além disso, Goiânia, Brasília e São Paulo tiveram reajustes de energia por volta do dia 22 de outubro, mas cujo impacto foi sentido com mais força na taxa só em novembro.

Também houve influência de uma alta de 1,57% no preço do gás de botijão, com impacto do reajuste de 4,5% nos botijões de 13 quilos nas refinarias pela Petrobras.

O grupo Transportes acelerou em relação ao mês anterior com influência de altas nos preços de gasolina (2,92%) e etanol (4,14%), mas com recuo de 10,03% no preço das passagens aéreas.

 

 

GrupoVariação outubro (%)Variação novembro (%)
Índice Geral0,420,28
Alimentação e Bebidas-0,05-0,38
Habitação1,331,27
Artigos de Residência-0,39-0,45
Vestuário0,710,1
Transportes0,490,52
Saúde e cuidados pessoais0,520,34
Despesas pessoais0,320,42
Educação0,060,03
Comunicação0,400,15

 

GrupoImpacto outubro, em p.p.Impacto novembro, em p.p.
Índice Geral0,420,28
Alimentação e Bebidas-0,01-0,09
Habitação0,210,20
Artigos de Residência-0,02-0,02
Vestuário0,040,01
Transportes0,090,09
Saúde e cuidados pessoais0,060,04
Despesas pessoais0,040,05
Educação0,000,00
Comunicação0,010,00

 

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