Economia

Inflação é de 0,24% em julho e já está abaixo do piso da meta

O acumulado da inflação em 12 meses ficou em 2,71%, a mais baixa desde fevereiro de 1999 (2,24%)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 09h07.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 11h11.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,24% em julho.

A taxa subiu em relação a junho, quando ficou em -0,23%, a primeira deflação em 11 anos no país. Mas é menos da metade dos 0,52% de julho de 2016.

Os dados foram informados na manhã desta quarta-feira (09) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O acumulado da inflação em 12 meses ficou em 2,71%, a mais baixa desde fevereiro de 1999 (2,24%) e abaixo do piso da meta.

A lei define que o governo deve perseguir uma inflação anual de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

A mediana das estimativas em uma pesquisa da Bloomberg previa 0,18% no mês e 2,65% no acumulado anual.

Grupos

Dos 9 grupos monitorados pelo IBGE, 5 tiveram queda de preço em julho. Alimentação e Bebidas, que responde por um quarto do peso da cesta pesquisada, caiu pelo terceiro mês consecutivo.

Os alimentos para consumo em casa caíram 0,81% enquanto a alimentação fora subiu 0,15%. 

A maioria dos alimentos caiu, entre eles a batata-inglesa (-22,73%), as frutas (-2,35%) e as carnes (-1,06%), mas também houve altas importantes como tomate (16,90%) e cebola (11,70%).

O grupo Habitação teve a maior virada: de -0,77% em junho para 1,64% em julho. Isso foi resultado de altas na energia elétrica, item que adicionou sozinho 0,20 ponto percentual na taxa do mês.

A bandeira tarifária amarela foi ativada a partir de 01 de julho, o que adiciona R$ 2,00 a cada 100 Kwh consumidos. Além disso houve aumento na parcela do PIS/COFINS na maioria das regiões.

O aumento na alíquota do PIS/COFINS sobre combustíveis foi anunciado no dia 20 de julho e a maior parte do seu impacto deve ficar para agosto.

Mas ele já ajudou a causar altas de 0,73% no litro do etanol e de 1,06% no litro da gasolina após vários reajustes para cima e para baixo na refinaria ao longo do mês.

Isso ajudou a levar o grupo Transportes de uma queda de -0,52% em junho para uma alta de 0,34% em julho.

GrupoVariação junho, em %Variação julho, em %
Índice Geral-0,230,24
Alimentação e Bebidas-0,50-0,47
Habitação-0,771,64
Artigos de Residência-0,07-0,23
Vestuário0,21-0,42
Transportes-0,520,34
Saúde e cuidados pessoais0,460,37
Despesas pessoais0,330,36
Educação0,08-0,02
Comunicação0,09-0,02

 

GrupoImpacto junho, em p.p.Impacto julho, em p.p.
Índice Geral-0,230,24
Alimentação e Bebidas-0,12-0,12
Habitação-0,120,25
Artigos de Residência0,00-0,01
Vestuário0,01-0,02
Transportes-0,090,06
Saúde e cuidados pessoais0,050,04
Despesas pessoais0,040,04
Educação0,000,00
Comunicação0,000,00

 

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