Economia

Inflação acelera para 0,22% em abril e 2,76% em 12 meses, diz IBGE

A maior alta foi no grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,91% e contribuiu, sozinho, com 0,11 ponto percentual, ou metade do IPCA

Idosas compram remédios em farmácia (gpointstudio/Thinkstock)

Idosas compram remédios em farmácia (gpointstudio/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de maio de 2018 às 09h06.

Última atualização em 10 de maio de 2018 às 10h24.

São Paulo - A inflação no Brasil foi de 0,22% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10).

A taxa superou os 0,09% registrados em março e também ficou acima dos 0,14% de abril de 2017, mas veio abaixo do previsto pelo mercado.

O acumulado dos últimos 12 meses está em 2,76%, também uma aceleração em relação aos 2,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Mas a inflação segue abaixo do piso da meta, já que o governo deve perseguir para 2018 uma taxa de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).

No acumulado de 2018 até agora, a inflação está em 0,92%, o menor nível para o período desde a implantação do Plano Real.

Segundo análise divulgada hoje pelo banco americano Goldman Sachs, os números do IPCA seguem apoiando mais um corte da Selic na próxima quarta-feira (16) mesmo com a instabilidade financeira global.

Grupos

Dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, apenas Comunicação teve queda de preços em abril (-0,07%).

Transportes ficou estacionado: altas no conserto de automóvel (1,31%) e no preço da gasolina (0,26%) compensaram quedas do etanol (-2,73%) e das passagens aéreas (-2,67%).

A maior alta mensal foi no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 0,91% e contribuiu, sozinho, com 0,11 ponto percentual, ou metade do IPCA de abril.

Pesaram principalmente os itens plano de saúde (alta mensal de 1,06%) e remédios (1,52%). No segundo caso, é um reflexo de um reajuste anual na faixa de 2,09% a 2,84% e que está vigente desde 31 de março.

O segundo maior impacto foi do grupo Vestuário, que subiu 0,62% e contribuiu com 0,04 p.p. para a taxa final.

“A troca de coleção influenciou principalmente as roupas femininas, que ficaram, em média, 1,66% mais caras”, diz a nota do gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Fernando Gonçalves.

O grupo Habitação subiu 0,17% com alta da energia elétrica em 0,99% após reajustes no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Campo Grande.

Alimentação e Bebidas, o grupo com maior peso no índice, viu direções contrárias entre produtos para consumo em casa (alta de 0,27%) e alimentação fora de casa (queda de 0,22% destacada como surpreendente pelo Goldman).

GrupoVariação março, em %Variação abril, em %
Índice Geral0,090,22
Alimentação e Bebidas0,070,09
Habitação0,190,17
Artigos de Residência0,080,22
Vestuário0,330,62
Transportes-0,250,00
Saúde e cuidados pessoais0,480,91
Despesas pessoais0,050,12
Educação0,280,08
Comunicação-0,33-0,07

 

GrupoImpacto março, em p.p.Impacto abril, em p.p.
Índice Geral0,090,22
Alimentação e Bebidas0,020,02
Habitação0,030,03
Artigos de Residência0,000,01
Vestuário0,020,04
Transportes-0,050,00
Saúde e cuidados pessoais0,060,11
Despesas pessoais0,010,01
Educação0,010,00
Comunicação-0,010,00

 

Acompanhe tudo sobre:IBGEInflaçãoIPCAPreçosRemédios

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto