Idosas compram remédios em farmácia (gpointstudio/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de maio de 2018 às 09h06.
Última atualização em 10 de maio de 2018 às 10h24.
São Paulo - A inflação no Brasil foi de 0,22% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10).
A taxa superou os 0,09% registrados em março e também ficou acima dos 0,14% de abril de 2017, mas veio abaixo do previsto pelo mercado.
O acumulado dos últimos 12 meses está em 2,76%, também uma aceleração em relação aos 2,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Mas a inflação segue abaixo do piso da meta, já que o governo deve perseguir para 2018 uma taxa de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).
No acumulado de 2018 até agora, a inflação está em 0,92%, o menor nível para o período desde a implantação do Plano Real.
Segundo análise divulgada hoje pelo banco americano Goldman Sachs, os números do IPCA seguem apoiando mais um corte da Selic na próxima quarta-feira (16) mesmo com a instabilidade financeira global.
Dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, apenas Comunicação teve queda de preços em abril (-0,07%).
Transportes ficou estacionado: altas no conserto de automóvel (1,31%) e no preço da gasolina (0,26%) compensaram quedas do etanol (-2,73%) e das passagens aéreas (-2,67%).
A maior alta mensal foi no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 0,91% e contribuiu, sozinho, com 0,11 ponto percentual, ou metade do IPCA de abril.
Pesaram principalmente os itens plano de saúde (alta mensal de 1,06%) e remédios (1,52%). No segundo caso, é um reflexo de um reajuste anual na faixa de 2,09% a 2,84% e que está vigente desde 31 de março.
O segundo maior impacto foi do grupo Vestuário, que subiu 0,62% e contribuiu com 0,04 p.p. para a taxa final.
“A troca de coleção influenciou principalmente as roupas femininas, que ficaram, em média, 1,66% mais caras”, diz a nota do gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Fernando Gonçalves.
O grupo Habitação subiu 0,17% com alta da energia elétrica em 0,99% após reajustes no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Campo Grande.
Alimentação e Bebidas, o grupo com maior peso no índice, viu direções contrárias entre produtos para consumo em casa (alta de 0,27%) e alimentação fora de casa (queda de 0,22% destacada como surpreendente pelo Goldman).
Grupo | Variação março, em % | Variação abril, em % |
---|---|---|
Índice Geral | 0,09 | 0,22 |
Alimentação e Bebidas | 0,07 | 0,09 |
Habitação | 0,19 | 0,17 |
Artigos de Residência | 0,08 | 0,22 |
Vestuário | 0,33 | 0,62 |
Transportes | -0,25 | 0,00 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,48 | 0,91 |
Despesas pessoais | 0,05 | 0,12 |
Educação | 0,28 | 0,08 |
Comunicação | -0,33 | -0,07 |
Grupo | Impacto março, em p.p. | Impacto abril, em p.p. |
---|---|---|
Índice Geral | 0,09 | 0,22 |
Alimentação e Bebidas | 0,02 | 0,02 |
Habitação | 0,03 | 0,03 |
Artigos de Residência | 0,00 | 0,01 |
Vestuário | 0,02 | 0,04 |
Transportes | -0,05 | 0,00 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,06 | 0,11 |
Despesas pessoais | 0,01 | 0,01 |
Educação | 0,01 | 0,00 |
Comunicação | -0,01 | 0,00 |