Economia

Inflação ao consumidor nos EUA acelera mais que o esperado

Em janeiro, índice de preços ao consumidor subiu 0,5 por cento com as famílias pagando mais pela gasolina, aluguéis e saúde

Inflação: preocupações com a inflação provocaram uma onda de vendas em Wall Street (spijker/Wikimedia Commons)

Inflação: preocupações com a inflação provocaram uma onda de vendas em Wall Street (spijker/Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 14h37.

Washington - Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram mais do que o esperado em janeiro, com o núcleo da inflação registrando a maior alta em um ano, fortalecendo as expectativas de que as pressões de preços vão acelerar neste ano e levar a um ritmo mais rápido de altas de juros pelo banco central do país.

O Departamento do Trabalho informou nesta quarta-feira que seu índice de preços ao consumidor subiu 0,5 por cento no mês passado, com as famílias pagando mais pela gasolina, aluguéis e saúde. Em dezembro, a alta havia sido de 0,2 por cento.

Na base anual, a inflação ao consumidor ficou inalterada em 2,1 por cento, uma vez que o forte avanço do ano passado sai do cálculo.

Excluindo os voláteis componentes de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor subiu 0,3 por cento, ritmo mais forte desde janeiro de 2017 e ante 0,2 por cento em dezembro. Na comparação anual, o núcleo da inflação permaneceu em 1,8 por cento em janeiro, também devido a efeitos de calendário menos favoráveis.

Economistas consultados pela Reuters projetavam alta do índice de 0,3 por cento em janeiro e do núcleo da inflação de 0,2 por cento.

Os dados de inflação bastante fortes devem colocar mais pressão sobre os mercados financeiros dos EUA, que se assustaram com o crescimento dos salários anuais em janeiro. Preocupações com a inflação provocaram uma onda de vendas em Wall Street e levaram os rendimentos dos Treasuries dos EUA a máximas de quatro anos.

Após a divulgação dos dados, os índices futuros das bolsas dos EUA passaram a cair mais de 1 por cento, com o índice de volatilidade subindo com força.

Os temores são de que a inflação, provocada pelo aperto no mercado de trabalho e aumento dos gastos do governo, possa forçar o Federal Reserve a ser um pouco mais agressivo ao elevar os juros este ano do que o esperado atualmente. Isso desaceleraria o crescimento econômico.

O banco central norte-americano prevê três altas da taxa de juros este ano, com a primeira esperada para março. Os juros futuros dos EUA indicavam 15 por cento de chances de quatro altas em 2018, pouco alterado em relação ao que era esperado antes da divulgação dos números de inflação.

O núcleo da inflação é considerado uma medida melhor da tendência de alta dos preços. O Fed acompanha um índice diferente, o núcleo do PCE, que tem consistentemente ficado abaixo da meta de 2 por cento do banco desde meados de 2012.

Em relatório separado, o Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo nos EUA caíram inesperadamente 0,3 por cento no mês passado, queda mais forte desde fevereiro de 2017, depois que as famílias reduziram as compras de veículos e materiais de construção.

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