Economia

Inflação abaixo do piso é ótimo, diz Meirelles

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou 2017 com alta de 2,95%, abaixo do piso da meta

Meirelles: "o ideal é que a inflação seja a mais baixa possível. Inflação abaixo do piso da meta é ótimo, não pode é ficar acima da meta" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Meirelles: "o ideal é que a inflação seja a mais baixa possível. Inflação abaixo do piso da meta é ótimo, não pode é ficar acima da meta" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 11h21.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a reconhecer que os preços da gasolina e do gás subiram, mas repetiu que o importante é que a média dos outros preços não cresceu tanto, o que levou a inflação de 2017 a ficar abaixo do piso da meta.

"Gás e gasolina subiram em função do preço do petróleo no mercado internacional, mas os preços da comida e outros caíram, então a média da inflação foi menor", afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador. "O que importa é o que consta no orçamento e no padrão de compra de cada um", completou.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta de 2,95%, abaixo do piso da meta, que era de 3,00%. Meirelles destacou ainda que o INPC encerrou o ano em 2,07%, o menor nível desde 1994.

"Esse indicador, que mede a inflação das classes mais baixas, foi o menor da história. A inflação está baixa principalmente para quem tem menor renda", acrescentou.

Meirelles voltou a dizer que a ideia do governo é de que a inflação fique dentro dos intervalos da meta, mas disse que ficar abaixo do piso não é ruim.

"O ideal é que a inflação seja a mais baixa possível. Inflação abaixo do piso da meta é ótimo, não pode é ficar acima da meta", avaliou.

Recessão

Durante a entrevista, o ministro lembrou que a recessão causou um número de desempregados sem precedentes no País, mas apontou que o Brasil voltou a crescer em 2017 e "entrou crescendo forte" em 2018.

Ele repetiu que o governo espera a criação de mais de 2,5 milhões de empregos neste ano. "Apesar de estar crescendo bastante, Brasil sai de um ponto mais baixo", ponderou.

Dilma

Meirelles ainda evitou responder se poderia ter evitado a recessão se tivesse sido escolhido como ministro da Fazenda pela ex-presidente Dilma Rousseff, como inicialmente foi a vontade do ex-presidente Lula.

"Trabalhei bem com o ex-presidente Lula, o Banco Central tinha total autonomia. O Brasil cresceu e gerou muito emprego naquela época. Tenho uma relação pessoal muito boa com Lula", afirmou.

"Trabalho hoje no Ministério da Fazenda também com muita autonomia, mas é difícil prever como teria sido uma eventual participação minha no governo Dilma", limitou-se a comentar.

Previdência

O ministro da Fazenda considerou "ser possível" que a reforma da Previdência seja aprovada este ano e disse que o governo trabalha nessa direção.

"Aqueles que ganham mais e têm mais privilégios hoje se aposentam mais cedo. A reforma da Previdência estabelece uma maior igualdade entre todos os trabalhadores", repetiu, em entrevista à Rádio Metrópole.

Rebaixamento

Meirelles repetiu também que o rebaixamento do rating do Brasil pela S&P Global na semana passada já era esperado pelo mercado e destacou que não houve impacto significativo dessa decisão nos indicadores da economia brasileira.

"A Bolsa de valores continuou subindo, o dólar continuou estável e juros continuaram caindo um pouco", argumentou Meirelles. "Os mercados receberam (o rebaixamento) com tranquilidade", avaliou.

Segundo o ministro, os investidores já consideravam que rebaixamento viria e agora já estariam olhando para frente. "A impressão que temos é que (o rebaixamento) não afasta investidores. Os investidores olham as notas de rating como um indicador, mas têm suas próprias análises", completou.

Apesar do novo corte na nota de crédito, Meirelles alegou que a situação fiscal do País está sendo enfrentada e lembrou que governo está aprovando medidas, com o teto de gastos. "Temos que fazer o dever de casa e continuar trabalhando para a nota voltar a subir", acrescentou.

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