Economia

Inflação abaixo da meta é fato "extraordinário", diz Temer

Dados divulgados mais cedo pelo IBGE indicaram que o IPCA acumulou em 2017 alta de 2,95%

Temer: "A inflação baixa, só para repisar o que muitas e muitas vezes eu tenho dito, vai significar mais empregos" (Alan Santos/PR/Agência Brasil)

Temer: "A inflação baixa, só para repisar o que muitas e muitas vezes eu tenho dito, vai significar mais empregos" (Alan Santos/PR/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 18h14.

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, durante reunião no Palácio do Planalto com integrantes do primeiro escalão do governo, que a inflação do país ter encerrado o ano passado abaixo do piso da meta estabelecida pelo governo é um fato "extraordinário" e que merece uma "comemoração".

Dados divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou em 2017 alta de 2,95 por cento, nível mais baixo desde 1998 --quando ficou em 1,65 por cento-- e depois de ter encerrado 2016 com avanço de 6,29 por cento. O piso da meta de inflação no ano passado era de 3 por cento.

"A inflação baixa, só para repisar o que muitas e muitas vezes eu tenho dito, vai significar mais empregos, mais comida na mesa, mais rendimento na poupança, ou seja, quando a pessoa vai ao supermercado, ele vê um preço estável", disse Temer, ao destacar que, se os preços forem alterados a todo momento convém às pessoas denunciarem aos governos nos níveis federal, estadual e municipal.

A fala de Temer, feita numa reunião fechada para jornalistas, foi divulgada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Houve um momento em que apenas profissionais de imagem, como cinegrafistas, puderam captar imagens e áudio do encontro.

O presidente disse ter feito questão de convidar os ministros e autoridades "mais envolvidos" nessa questão.

Participaram do encontro Gustavo Rocha, representando o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha; Henrique Meirelles, ministro da Fazenda; Esteves Colnago, ministro interino do Planejamento, Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral da Presidência; Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo; e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central.

No áudio divulgado, Temer disse que uma inflação abaixo do piso é "coisa que há muitíssimos anos não se vê". Na verdade, é a primeira vez que isso ocorre. Para o presidente, o encontro serviu para comemorar o presente e aquilo que vai ser feito no futuro.

"Ou seja, ancorados no que nós fizemos no passado, nós temos que continuar a fazer para manter a inflação baixa, para reduzir os juros tal como vem sendo reduzidos, em consequência para gerar empregos e fazer com o brasileiro, repito, possa comer melhor, possa viver melhor, possa morar melhor", afirmou.

Em carta a Meirelles para justificar o descumprimento da meta, Ilan afirmou que a inflação caminha para a meta neste ano e acrescentou que a que a condução da política monetária continuará dependendo de diversos fatores, entre eles projeções e expectativas de preços.

Para Temer, entretanto, a luta contra o desemprego encontra seu fundamento no aumento do consumo e da produção, que podem ser beneficiados pela redução da inflação e dos juros.

"Por isso, eu queria cumprimentar a todos e que a nossa palavra e esta reunião sirva de incentivo para que todo o governo continue nesse trabalho de recuperação econômica do nosso país, naturalmente para o bem do povo brasileiro", finalizou.

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