Exportação: "Faz agora quase um ano e meio desde a última vez que a produção industrial brasileira aumentou" (gyn9038/ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2016 às 10h18.
São Paulo - O setor industrial brasileiro registrou ritmo recorde de corte de empregos e interrompeu seis meses de altas nos pedidos para exportação, permanecendo em contração, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira.
De acordo com o Markit, o PMI da indústria brasileira subiu a 43,2 em junho contra a mínima em 87 meses de 41,6 em maio, alcançando o 17º mês seguido abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
"Faz agora quase um ano e meio desde a última vez que a produção industrial brasileira aumentou, e os dados do PMI de junho sugerem que a contração continua acentuada", destacou a economista do Markit Pollyanna De Lima em nota.
"Algumas melhoras domésticas serão necessárias antes que se fale seriamente que uma recuperação pode começar." O volume de pedidos voltou a recuar em junho, pelo 17º mês seguido, em meio às condições econômicas difíceis e tanto com o mercado interno quanto o externo apresentado fraqueza.
Já o volume de negócios para exportação caiu pela primeira vez desde novembro, no ritmo mais forte desde de outubro de 2011, com os entrevistados citando a forte concorrência nos mercados globais.
Com as necessidades de produção mais baixas e iniciativas de redução de custos, os empresários do setor industrial cortaram empregos em junho pela 16ª vez, à taxa mais forte desde o início da pesquisa em fevereiro de 2006.
Os preços de venda, entretanto, continuaram a subir no mês passado diante das cargas mais elevadas dos custos, com o dólar elevado pressionando os preços das matérias-primas importadas.
Assim, a inflação de preços cobrados atingiu recorde de alta de quatro meses em junho. Ainda assim, as expectativas do setor vêm melhorando, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em junho, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) do Brasil medido pela instituição atingiu o nível mais alto desde fevereiro de 2015.