Economia

Indústria tem em abril contração mais forte em 3 anos e meio

Pelo terceiro mês seguido, o PMI divulgado pelo Markit ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração


	Trabalhador da indústria: pelo terceiro mês seguido, o PMI divulgado pelo Markit ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração
 (zdravkovic/Thinkstock)

Trabalhador da indústria: pelo terceiro mês seguido, o PMI divulgado pelo Markit ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração (zdravkovic/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 10h33.

São Paulo - As condições da indústria brasileira se deterioraram ainda mais em abril diante de reduções nos volumes de produção e de novos negócios, e a contração do setor atingiu o nível mais forte em cerca de três anos e meio, apontou nesta segunda-feira o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Pelo terceiro mês seguido, o PMI divulgado pelo Markit ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, ao cair para 46,0 em abril, ante 46,2 em março, nível mais baixo desde setembro de 2011.

 "A indústria brasileira parece estar caindo em recessão. Contrações na produção, novas encomendas e níveis de compra aceleraram ao longo do mês, colocando em dúvida qualquer esperança de uma recuperação no segundo trimestre", destacou a economista do Markit Pollyana De Lima.

Diante da demanda fraca tanto dos clientes domésticos quanto para exportação, as indústrias do país reduziram os níveis de produção para o patamar mais baixo em seis anos, com quedas nas três categorias monitoradas --bens de consumo, intermediários e de investimento.

Isso porque as entradas de novos pedidos diminuíram pelo terceiro mês consecutivo em abril e pelo ritmo mais forte desde setembro de 2011, segundo o Markit em meio a condições econômicas difíceis, taxas fortes de inflação e demanda mais fraca.

Também houve ligeira queda na entrada de novos pedidos para exportação.

Com essa fraqueza, o setor registrou perdas de emprego pelo segundo mês seguido, refletindo políticas de redução de custos, com cortes de vagas nas três categorias.  

O Markit apontou também aumento adicional nos custos de insumos, citando preços mais altos de água e eletricidade e relatos de aumentos de matérias-primas importadas e produtos semiacabados associados em alguns casos ao enfraquecimento do real.

Parte desse aumento de custos foi repassado aos clientes e os preços cobrados aumentaram pelo ritmo mais forte em um ano e meio.

"Contudo, as empresas indicaram que não puderam repassar aos clientes o total dos aumentos dos custos, em meio a pressões de concorrência e condições contidas de demanda", apontou o Markit.

As perspectivas para a indústria, um dos principais pilares da economia brasileira, são desfavoráveis neste ano e a contração da produção é dada como certa, em meio às dificuldades com a inflação e juros elevados.

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