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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - A atividade industrial paulista cresceu em maio e o dado de abril foi revisto para cima, fazendo o setor retomar no mês passado o nível pré-crise de crédito mundial e revisar para cima a projeção para o crescimento econômico do país neste ano.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou nesta quarta-feira que a atividade expandiu 0,8 por cento em maio ante abril, segundo dados com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2009, quando a indústria ainda era abatida pela crise global, houve alta de 12,7 por cento. Em abril, a produção teve alta de 0,7 por cento sobre março, com ajuste sazonal, ante leitura preliminar de queda de 0,4 por cento.
O setor encontra-se agora, tirando a sazonalidade do número, 0,7 ponto percentual acima do patamar de setembro de 2008, quando a quebra do banco Lehman Brothers aprofundou a maior crise mundial em décadas.
"A indústria caiu uma barbaridade (durante a crise) e estava pronta para retomar o nível de antes da crise. Grande parte do crescimento de 2010 é uma recuperação do não crescimento de 2009", disse Paulo Francini, diretor de pesquisas econômicas da Fiesp. No ano passado, a atividade industrial do Estado caiu 7,9 por cento.
A entidade elevou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano, de 6 para 7,5 por cento, em razão de dados acima do esperado do primeiro trimestre, divulgados recentemente. O número está em linha com a estimativa do Banco Central, divulgada esta manhã, de expansão de 7,3 por cento.
O relatório de maio da Fiesp mostrou ainda que as vendas reais da indústria aumentaram 2,3 por cento sobre abril, com ajuste sazonal.
"A redução de tributos (para setores como o automotivo) promoveu um esvaziamento de estoques, o que acarreta um volume maior de vendas", disse Francini.
Entre os setores, os destaques foram Veículos automotores, com avanço de 1,1 por cento em maio sobre abril, e Alimentos e bebidas, com crescimento de 1,7 por cento.
"O setor de veículos continua forte mesmo após a volta da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)... O setor de alimentos não sofreu tanto com a crise, porque é um setor que depende mais de renda (que de crédito, o segmento mais afetado pela turbulência)", afirmou Francini.
No ano, a produção da indústria paulista acumula avanço de 15,5 por cento.
A Fiesp informou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada na indústria ficou em 81,9 por cento em maio com ajuste sazonal, ante 82,2 por cento em abril e 79,7 por cento em igual mês do ano passado.
A entidade divulgou ainda o Sensor, um indicador antecedente que mede o humor do empresário no mês corrente. O índice caiu para 55,1 em junho, ante 57,6 em maio, mas segue acima da linha que divide crescimento de retração.