Indústria recuperou perdas de faturamento registradas com a greve dos caminhoneiros (Paulo Whitaker/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 11h30.
Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 11h30.
A indústria recuperou perdas de faturamento registradas com a greve dos caminhoneiros, mas dados de horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada e do mercado de trabalho ainda preocupam.
É o que afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao divulgar hoje (1º) os indicadores mensais do setor. O faturamento real da indústria aumentou 26,4% em junho na comparação com maio, na série livre de influências sazonais, recuperando a queda de 16,7% de maio.
"O forte crescimento do faturamento deve ser analisado com cautela. Esse resultado excepcional é explicado pelo fim do represamento de embarques", diz a CNI, na pesquisa. Mesmo com a recuperação, o 2º trimestre foi mais fraco que o anterior, com queda de 2,7% no faturamento.
Na comparação com junho de 2017, houve aumento do faturamento em 10,2%. No primeiro semestre, o crescimento ficou em 4,4% na comparação com o mesmo período de 2017.
Segundo a CNI, a recuperação das horas trabalhadas na produção e da utilização da capacidade instalada foi inferior ao recuo registrado em maio.
As horas trabalhadas na produção cresceram 1,3% em junho frente a maio, na série de dados dessazonalizados. Com isso, o indicador não conseguiu reverter a queda de 1,7% do mês anterior.
O nível de utilização da capacidade instalada aumentou 0,8 ponto percentual em junho na comparação com o mês anterior também na série com ajuste sazonal, depois de cair 2,2 pontos percentuais em maio.
Com a alta de junho, o nível de utilização da capacidade instalada ficou em 76,7%, menor do que os 77,2% registrados no mesmo mês de 2017, na série dessazonalizada.
O emprego no setor caiu 0,2% em junho frente a maio, na série livre de influências sazonais. Foi o segundo mês consecutivo de queda no indicador. No primeiro semestre do ano, o emprego subiu 0,6% em relação ao mesmo período de 2017.
A massa real de salários recuou 0,8% em junho na comparação com maio, também na série dessazonalizada. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.
De janeiro a junho, a massa real de salários diminuiu 0,6% frente ao mesmo período do ano anterior. O rendimento médio real do trabalhador caiu 0,7% em junho frente a maio, na série com ajuste sazonal. No primeiro semestre, a perda é de 1,1% em relação ao período janeiro a junho de 2017.