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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A indústria fluminense retomou em maio a trajetória de crescimento, após a acomodação registrada em abril, com expansão de 3,65% nas vendas reais, na série com ajuste sazonal, isto é, descontadas as características do período. Já no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o aumento observado nas vendas reais da indústria do Rio de Janeiro atingiu 22,97%.
"A atividade se mantém aquecida, apesar da acomodação que a gente observou em abril. Isso reflete a atividade econômica brasileira aquecida. E o setor fabril fluminense vem a reboque", afirmou hoje (30) o economista Guilherme Mercês, chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
De acordo com o boletim Indicadores Industriais, divulgado pela Firjan, o setor que mais se destacou em maio foi o automotivo, cujas vendas cresceram 29,10% em relação a abril. Guilherme Mercês lembrou que o setor de veículos automotores sofreu uma queda em abril com o fim da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não só no Rio, mas em todo o Brasil.
"Agora em maio, a gente observa que as vendas se recuperam e (o automotivo) aparece como um setor muito importante no Rio de Janeiro, principalmente na região sul fluminense, que tem um polo automobilístico muito importante dentro do Brasil", comentou Guilherme Mercês.
O setor de petróleo e gás também é destaque no estado. "Esse setor é muito forte no Rio de Janeiro e, conseqüentemente, a indústria de refino também aparece com força nesse sentido". Os dados da Firjan mostram que o setor de refino, combustível nuclear e álcool experimentou alta nas vendas de 27,42%, em maio.
O resultado mensal foi significativo também em relação ao mercado de trabalho. Segundo o boletim, o pessoal ocupado continuou em franca ascensão, apesar da acomodação das vendas no mês anterior. "Para se ter uma ideia, em maio foi o 13º crescimento consecutivo do pessoal ocupado na indústria fluminense, o que mostra que o mercado de trabalho está muito aquecido e o Rio de Janeiro hoje convive com a menor taxa de desemprego da história (6,3%)".
As indústrias do Rio de Janeiro contrataram mais 0,93% em maio, o que significou a criação de quatro mil novas vagas de trabalho. No acumulado janeiro a maio deste ano, o crescimento do emprego na indústria fluminense foi de 5,41%, em comparação a igual período de 2009.
Guilherme Mercês disse que a expectativa nos próximos meses é de manutenção do crescimento da atividade industrial. "A gente espera que o crescimento se confirme ao longo do ano, apesar de a um ritmo menos intenso. E a indústria feche com um crescimento bastante positivo em 2010, em torno de dois dígitos, isto é, acima de 10%".
O economista da Firjan acredita que a expansão da atividade poderá reverter a queda de 11,66% experimentada pela indústria fluminense no ano passado, em função da crise financeira internacional.