Indústria: segundo Fiesp, aumento da taxa básica levará a uma nova revisão para baixo nas expectativas de crescimento PIB (Cristiano Mariz/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2013 às 21h04.
Brasília e São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o fato de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estar acima do teto da meta oficial justifica a elevação de 0,5 ponto porcentual da Selic, para 8,5% ao ano. Segundo a CNI, a decisão do Banco Central de subir o juro, anunciada na noite desta quarta-feira, 10, correspondeu às expectativas.
A entidade alerta, porém, que "todo o ônus do controle dos preços não pode recair sobre o setor produtivo". Em nota, a CNI adverte que "é necessária uma revisão da combinação de políticas e uma readequação do ritmo de expansão dos gastos públicos às necessidades da estabilização, de modo a gerar condições de um ciclo de juros menos intenso e evitar que todo o ônus do controle inflacionário recaia sobre o setor produtivo".
Fiesp
O aumento da taxa básica levará a uma nova revisão para baixo nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, que pode ficar abaixo de 2%, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em comunicado, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou que "os governos precisam aumentar a eficiência da máquina, e serem capazes de fazer mais pelas pessoas".
Firjan
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a nova taxa da Selic era previsível, levando-se em consideração que pela segunda vez no ano a inflação medida pelo IPCA ultrapassou o teto da meta estabelecida. Ao mesmo tempo, afirma a Firjan por meio de nota, "observa-se persistente deterioração das projeções de crescimento para a economia brasileira, especialmente após os frustrantes resultados do PIB do primeiro trimestre e da produção industrial de maio".
Segundo a federação das indústrias fluminenses, "diante desse quadro de inflação elevada e baixo crescimento, o Sistema Firjan reforça a importância da adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes e que efetivamente reduza a pressão exercida pelo consumo do governo sobre a inflação".
O IPCA, indicador oficial da inflação, alcançou 6,7% no acumulado em 12 meses até junho. O sistema de metas estabelece 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.