Economia

Indústria fechou 85 mil vagas no tri até outubro, revela IBGE

Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 30, pelo IBGE

Indústria costuma contratar temporários no segundo e no terceiro trimestres para dar conta das encomendas para o fim do ano, mas dispensa parte da mão de obra em seguida (Germano Luders/Exame)

Indústria costuma contratar temporários no segundo e no terceiro trimestres para dar conta das encomendas para o fim do ano, mas dispensa parte da mão de obra em seguida (Germano Luders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 11h18.

Rio de Janeiro - A indústria fechou 85 mil postos de trabalho em apenas um trimestre, o equivalente a um recuo de 0,7% no total de ocupados no setor no trimestre encerrado em outubro em relação ao trimestre terminado em julho.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o movimento de demissões na indústria, após meses de contratações, pode ser sazonal.

A indústria costuma contratar temporários no segundo e no terceiro trimestres para dar conta das encomendas para o fim do ano, mas dispensa parte da mão de obra em seguida.

"Isso pode ser sazonal. A indústria tem se movimentado mais nessa parte do segundo e terceiro trimestres. Agora ela se movimenta ao contrário", explicou Azeredo. "Aí o comércio vai absorver agora parte dessa população (de trabalhadores temporários)", completou.

Também houve demissões em transporte, armazenagem e correio, com 48 mil ocupados a menos, e em agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com 139 mil vagas extintas.

O total de ocupados no País, porém, cresceu 1,0% no trimestre até outubro em relação ao trimestre até julho, com a criação de 868 mil vagas.

Os setores que contrataram no período foram a construção, com 169 mil postos de trabalho a mais; comércio, com 208 mil funcionários a mais; alojamento e alimentação, mais 87 mil; administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde, mais 85 mil; informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com 311 mil a mais; serviços domésticos, 173 mil a mais; e outros serviços, com a geração de 99 mil postos.

"O aumento de trabalhadores nos serviços domésticos é um dado que a gente coloca em observação para saber que movimento é esse tão expressivo. É um crescimento que foge ao que a gente podia estar imaginando. E a renda desse trabalhador não se movimenta. Não é trabalhador desesperado para trabalhar e topando qualquer salário, ganhando menos. A renda média se mantém estável", ressaltou Azeredo.

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