Economia

Indústria brasileira registra 1ª expansão em cerca de 2 anos

Ao atingir 50,1 em abril, o PMI da indústria do Brasil voltou a ficar em território de expansão pela primeira vez desde janeiro de 2015

Empresários das indústrias no país mantiveram o otimismo em relação às perspectivas para a produção nos próximos 12 meses (milanvirijevic/Thinkstock)

Empresários das indústrias no país mantiveram o otimismo em relação às perspectivas para a produção nos próximos 12 meses (milanvirijevic/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 2 de maio de 2017 às 10h08.

São Paulo - O setor industrial do Brasil voltou a registrar expansão em abril pela primeira vez em pouco mais de dois anos diante do aumento do volume de novos pedidos, atenuando o ritmo de cortes de empregos, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira.

Ao atingir 50,1 em abril, o PMI da indústria do Brasil voltou a ficar em território de expansão pela primeira vez desde janeiro de 2015, ante 49,6 em março, divulgou o IHS Markit.

O resultado derivou principalmente do aumento da demanda doméstica, com o volume de novos pedidos crescendo pelo segundo mês seguido, bem como o de produção.

"Esses avanços inspiraram algumas empresas a se dedicar em atividades adicionais de compra, que mostraram o primeiro aumento mensal desde janeiro de 2015. Ainda assim, as indústrias parecem distantes de operar com total capacidade", disse a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.

Crescimentos no volume de novos pedidos foram observados nos setores de bens de consumo e de bens intermediários, enquanto que as empresas de bens de capital registraram contração no volume de novos trabalhos.

"A recuperação no total de novos trabalhos foi impulsionada pelo mercado interno, à medida que os novos pedidos para exportação diminuíram, revertendo o aumento observado em março", explicou o IHS Markit em nota.

Apesar dessa melhora, a quantidade de empregos na indústria do país diminuiu ainda mais em abril, chegando a 26 meses de cortes. Entretanto, o ritmo de perdas de vagas foi o mais fraco nesta sequência.

Em relação aos custos, os entrevistados na pesquisa apontaram que o valor relativamente fraco do real em comparação com o dólar provocou novo aumento nos preços dos insumos, mas este foi o mais fraco em seis meses. Assim, a inflação de preços cobrados enfraqueceu para nível mais baixo em cinco meses.

Os empresários das indústrias no país mantiveram o otimismo em relação às perspectivas para a produção nos próximos 12 meses. Eles preveem um crescimento sustentado com obtenção de novos clientes, lançamento de novas linhas de produtos,atualizações de maquinário e recuperação econômica.

Em fevereiro, a menor fabricação de alimentos pressionou e a produção industrial do Brasil cresceu bem menos do que o esperado segundo dados do IBGE, o que indica a dificuldade da economia em imprimir ritmo consistente de recuperação.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIndústriaPMI – Purchasing Managers’ Index

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto