Carteira de trabalho: no trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego brasileira subiu a 12,6% (Dedoc/VEJA)
Reuters
Publicado em 9 de junho de 2020 às 09h42.
Última atualização em 9 de junho de 2020 às 09h43.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) mostrou alguma melhora em maio depois de atingir o menor nível da série histórica no mês anterior, mas a permanência da incerteza prejudica as expectativas de uma recuperação definitiva do mercado de trabalho no curto prazo.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira que o IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 3,0 pontos em maio, para 42,7 pontos. Em abril, o indicador havia recuado para uma mínima da série histórica, acumulando perda de 52,6 pontos nos três meses a partir de fevereiro.
"O resultado pode ser interpretado como uma acomodação do índice em patamar muito baixo considerando que esse ainda é o segundo menor valor da série", disse em nota o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler.
"A elevada incerteza ainda não permite imaginar cenários de recuperação do mercado de trabalho no curto prazo, o que deve fazer com que o indicador continue registrando números baixos nos próximos meses", completou.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, subiu 1,2 ponto em maio, a 99,6 pontos, maior patamar desde outubro de 2018. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado.
"O resultado sugere que a taxa de desemprego deve sofrer impacto negativo já no segundo trimestre e ainda sem indicações de reversão dessa tendência no curto/médio prazo", completou Toblers.
No trimestre encerrado em abril, a taxa de desemprego brasileira subiu a 12,6%, com perdas recordes na ocupação e o número de desempregados atingindo 12,8 milhões, diante das dispensas provocadas pelas medidas de restrição ao coronavírus.