Economia

Índice de difusão do IPC-S atinge 75,29% em abril

O coordenador do índice e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, informou que a inflação medida pelo IPC-S de maio deve ficar em 0,50%


	Preços: para Picchetti, indicador de difusão, que mostra nível de disseminação de preços em alta dentro do IPC-S, em patamar elevado aponta que inflação segue desconfortável
 (Getty Images)

Preços: para Picchetti, indicador de difusão, que mostra nível de disseminação de preços em alta dentro do IPC-S, em patamar elevado aponta que inflação segue desconfortável (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2014 às 16h41.

São Paulo - O indicador de difusão do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) atingiu 75,29% em abril, o maior patamar mensal da série desde janeiro de 2003, quando foi de 78,86%, informou nesta segunda-feira, 05, o coordenador do índice e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.

"E, naquela época, vale lembrar, era um tempo de desconfiança sobre a economia, com o Lula recém-empossado e o dólar nas alturas", disse.

De acordo com ele, o indicador de difusão, que mostra o nível de disseminação de preços em alta dentro do índice, em patamar elevado aponta que a inflação segue desconfortável, apesar do IPC-S ter desacelerado de 0,85% em março para 0,77% em abril.

Além do indicador de difusão, outro indício de que a inflação está em patamar incômodo é o comportamento do núcleo, que, ao contrário do IPC-S, avançou entre março e abril, de 0,55% para 0,62%, patamar bem acima do registrado em abril de 2013, de 0,45%.

Em 12 meses até abril, o núcleo acumula alta de 5,36% e o IPC-S, 6,36%. Em abril de 2013, o núcleo em 12 meses estava em 5,23%.

"Os núcleos mostram que a inflação não está confortável. Fica claro que o problema não é choque de oferta", disse Picchetti.

Previsão

Picchetti informou também que a inflação medida pelo IPC-S de maio deve ficar em 0,50%.

Se confirmada a previsão, o indicador acumulado em 12 meses passaria dos atuais 6,36% até abril para 6,55%.

Portanto, acima do teto da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,50%.

A aceleração do índice em 12 meses se dará porque o IPC-S de maio de 2013, que sairá dos cálculos, foi bem mais baixo, de 0,32%, do que a previsão para este mês.

Com isso, perguntado sobre se haveria alteração na atual projeção para o IPC-S fechado de 2014, de 6,30%, o coordenador afirmou que é preciso aguardar os próximos meses.

"A princípio, a projeção está mantida. Se na virada do próximo semestre a descompressão, principalmente de alimentos, não for maior, a expectativa será revisada", disse.

De acordo com ele, o IPC-S em 12 meses deve seguir em trajetória ascendente até bater no pico de 7% em algum momento do terceiro trimestre para, então, desacelerar.

Picchetti informou, contudo, que para que o IPC-S feche o ano em 6,30% serão necessárias taxas médias mensais de inflação de 0,35%, cenário que não é de todo improvável.

"Há alguns meses que sazonalmente costumamos ter até deflação", lembrou. Em abril de 2013, Picchetti recordou que a taxa média mensal dos oito meses restantes para o encerramento do ano ficou em 0,37%.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCPreços

Mais de Economia

Dino intima governo a explicar se emendas Pix para eventos cumprem regras de transparência

Governo deverá bloquear R$ 18,6 bilhões no Orçamento de 2025 para cumprir regras fiscais, diz Senado

Investimento estrangeiro direto na China cai, mas ritmo de queda desacelera

Novos ares no Centro de SP? Região ganha 25 mil novas empresas e prevê criação de 38 mil empregos