Indústria: a percepção sobre demanda externa melhorou nos últimos dois meses, o que pode ser reflexo da desvalorização do real em relação ao dólar (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2014 às 07h44.
Rio - A confiança da indústria subiu 3,9% em novembro, segundo a prévia da sondagem divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os empresários mostraram melhor percepção em relação ao momento atual, o que indica alguma aceleração na produção após meses no negativo. Ainda assim, as expectativas recuaram, o que coloca dúvidas sobre uma possível retomada de longo prazo no setor.
Na prévia deste mês, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 8,8%, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,7%.
"Essa melhora do ISA sinaliza alguma aceleração da produção no fim do ano. Mas as expectativas mostram que é cedo para considerar que isso vai se manter daqui para a frente", afirmou Campelo. A alta de 1 ponto porcentual no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), para 83% (recuperando o nível de setembro) corrobora a tese de melhora na atividade econômica. "Eu diria que estamos menos no fundo do poço do que estávamos", acrescentou Campelo.
Cauteloso Campelo lembra que a indústria sofreu muito nos últimos meses, com fatores que levaram a um aprofundamento da desaceleração da economia - como a Copa do Mundo e as eleições. Agora, os empresários já começam a notar alguma melhora em termos de demanda doméstica e nível de estoques. "Os estoques ainda estão acima do desejado, mas começam a melhorar."
Apesar do resultado, o superintendente prefere não dar como certo que o resultado da indústria no quarto trimestre será positivo. Entre julho e setembro, a produção recuou 0,2% em relação ao segundo trimestre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Há uma melhora ao longo do quarto trimestre, então há uma possibilidade (de o resultado ser positivo)", afirmou Campelo.
Ainda segundo a sondagem, a percepção sobre demanda externa melhorou nos últimos dois meses, o que pode ser reflexo da desvalorização do real em relação ao dólar, segundo o superintendente. As informações são do Jornal O Estado de S.Paulo.