Manmohan Singh, primeiro-ministro da Índia: a proposta é criar um mecanismo que permita o financiamento de projetos exclusivamente nos países em desenvolvimento (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2012 às 07h34.
Brasília – O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, prepara-se para apresentar durante a 4ª Cúpula do BRIC – bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – a proposta de criação de um banco de desenvolvimento do grupo. A nova instituição bancária deve ser uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A expectativa é que, ao final da cúpula, os presidentes assinem uma declaração sinalizando a disposição de criar a instituição, mas sem fixar os detalhes.
Os negociadores brasileiros dizem que vários pontos da proposta precisam ser definidos e o processo será a longo prazo. Para os brasileiros, é necessário estabelecer uma série de aspectos, como os termos de referência, a estrutura do organismo, como será integralizado o capital e as práticas de comércio bilateral e multilateral.
Os indianos argumentam que a proposta é criar um mecanismo que permita o financiamento de projetos exclusivamente nos países em desenvolvimento. A ideia é que a presidência da instituição seja rotativa entre os cinco integrantes do BRIC. Paralelamente, os líderes presentes aos debates deverão reiterar a defesa da ampliação do FMI.
Para o Brasil e os demais integrantes do BRIC, a estrutura do FMI deve ser revista, pois atualmente são 24 representantes – dos quais oito têm assentos permanentes e 16 são eleitos a cada dois anos. Os que têm assentos fixos são os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, França, o Reino Unido, a China, Rússia e Arábia Saudita.
A primeira cúpula do BRIC foi em 2009, na Rússia, sem a participação da África do Sul, que passou a integrar o bloco em 2011. Juntos, os cinco países que pertencem ao BRIC reúnem um quarto da economia mundial, segundo dados recentes.
Nas reuniões em Nova Delhi, na Índia, além da presidenta Dilma Rousseff, participarão os presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul).