Economia

Índia foi o maior importador de petróleo iraniano em janeiro

O país registrou aumento de importações de 37,5% com relação ao mês anterior, superando a China e o Japão

Em 2011, a China foi o principal comprador de petróleo iraniano, seguida por Japão, Índia e Coreia do Sul (Alexander Joe/AFP)

Em 2011, a China foi o principal comprador de petróleo iraniano, seguida por Japão, Índia e Coreia do Sul (Alexander Joe/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 10h14.

Teerã - A Índia se situou em janeiro como o primeiro cliente do petróleo iraniano, com um aumento de 37,5% com relação ao mês anterior, e superou a China e o Japão, informou nesta quinta-feira a agência local 'Fars'.

Segundo a agência, as exportações à Índia no mês passado chegaram a 550 mil barris de petróleo diários, enquanto a China, que no ano passado comprou uma média de 557 mil barris ao dia, reduziu suas importações de petróleo iraniano em janeiro a 285 mil barris diários.

O Japão se mantém, por enquanto, como o segundo comprador de petróleo iraniano, com cerca de 340 mil barris diários, apesar das pressões ocidentais aos países asiáticos para que se somem às sanções ao Irã a fim de que o país abandone seu programa nuclear.

A queda da provisão de petróleo à China, segundo apontou a imprensa iraniana, se deve a uma disputa entre os dois países sobre o preço que Teerã vende o petróleo a Pequim, que em qualquer caso defendeu seus cada vez mais numerosos negócios com o Irã.

Ontem, a agência local 'Mehr' informou que Teerã e Pequim discutirão nos próximos dias a substituição do dólar como moeda para o pagamento do petróleo que a China compra do Irã, devido às dificuldades impostas por Washington aos iranianos.

Segundo a 'Mehr', as conversas se devem aos cada vez mais numerosos obstáculos ao uso do dólar para o pagamento a Teerã, por causa das sanções impostas pelos Estados Unidos às empresas que têm negócios com o Irã e às entidades financeiras, incluindo o Banco Central do país.

As importações chinesas de petróleo iraniano, segundo a fonte, aumentaram em 2011 30% com relação ao ano anterior, mas em janeiro de 2012 foram reduzidas a pouco mais da metade, segundo dados das autoridades de Pequim.

A China já pagou parte de sua fatura petrolífera com o Irã em sua própria moeda, em substituição ao dólar, e os iranianos utilizam esse dinheiro para o pagamento de suas cada vez mais abundantes importações chinesas.


O Irã também tem uma conta em moeda local na Coreia do Sul para a cobrança de parte de suas exportações de petróleo e a importação de mercadorias do país, segundo revelaram as autoridades de Teerã.

Além disso, o Irã também teve que aplicar um complicado sistema de transferências bancárias e abrir contas em moeda local na Índia para conseguir cobrar suas vendas de petróleo ao país, por causa dos obstáculos impostos pelos EUA.

A União Europeia aprovou no dia 23 de janeiro o bloqueio dos fundos do Banco Central do Irã em seu território e a proibição de importar petróleo do Irã a seus 27 países-membros, uma medida que deverá entrar em vigor em 1º de julho se Teerã não abandonar seu programa nuclear.

Em 2011, a China foi o principal comprador de petróleo iraniano, seguida por Japão, Índia e Coreia do Sul. Dos países europeus, o maior importador de petróleo iraniano é a Itália, que é seu quinto cliente, seguido pela Espanha, que é o sétimo.

Grécia, Espanha e Itália, que segundo organismos europeus importam entre 13 e 14% do petróleo que consomem do Irã, serão os países mais afetados pela suspensão das compras se a medida entrar em vigor em julho.

Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel na liderança, acusam o regime iraniano de ocultar, sob seu programa nuclear civil, outro de caráter militar, cujo objetivo seria produzir bombas atômicas, o que o Irã nega.

Teerã afirma que seus esforços no campo nuclear têm como único objetivo o uso pacífico da energia e tecnologia atômica.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércioComércio exteriorEnergiaExportaçõesImportaçõesÍndiaIrã - PaísJapãoPaíses ricosPetróleo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto