Plenário do Senado brasileiro: mudança do indexador vai significar juros menores no pagamento das dívidas que os estados têm com a União (Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 18h31.
Brasília - O plenário do Senado adiou para amanhã (5) a pauta prevista para hoje por causa de uma medida provisória que está trancando as votações na casa. Na prática, a medida deu mais 24 horas para as negociações entre líderes partidários, governo e governadores sobre a votação do projeto de lei complementar que altera o indexador da dívida dos estados.
Na tarde de hoje a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, esteve reunida com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com os líderes partidários da base governista, para pedir que eles esperem um pouco mais antes de votar a matéria.
A mudança do indexador vai significar juros menores no pagamento das dívidas que os estados têm com a União. Ideli disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai chamar os líderes partidários para fazer uma “reflexão macroeconômica da economia mundial e um monitoramento dessa questão”.
“A questão não é se é correta ou não, justa ou não a mudança do indexador. É o momento, é a oportunidade de o Congresso aprovar a matéria. Estamos vivenciando um momento em termos de economia internacional extremamente delicado com as ações adotadas pelo Banco Central americano de enxugamento de dólares, que foram colocados em todo o planeta. Temos diminuição no ritmo de crescimento da China, sinais poucos positivos de outros países. Então, a oportunidade da votação é que precisa ser avaliada”, disse a ministra.
Segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), o ministro Mantega se posicionou claramente contra a aprovação da matéria neste momento. “Há uma manifestação clara do ministro da Fazenda no sentido de que não é hora de fazermos a votação no momento. Nesse momento, é preciso ter muita cautela quanto aos indicadores macroeconômicos”, disse Braga.
O presidente do Senado recebeu os governadores do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do Paraná, Beto Richa, e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, além do secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, para falar sobre o assunto. Os governadores saíram do encontro sem a manutenção da promessa, feita no ano passado, de a matéria ser votada esta semana.
“Não temos um desfecho ainda”, disse Tarso Genro ao sair da reunião. “Temos que esperar ainda no decorrer do dia de hoje as conversações sobre o assunto”, disse, se referindo à nova reunião marcada para o fim do dia entre os governadores e os líderes partidários.