Economia

Indenizações lideram mercado de seguro de crédito pelo 2º ano

Os prêmios emitidos de apólices contra não pagamento de empréstimos somaram R$ 251 mi, enquanto as indenizações chegaram a R$ 286 mi

Indenizações: o seguro de crédito garante os créditos que uma empresa fornecedora tem a receber de seus compradores em caso de inadimplência (foto/Thinkstock)

Indenizações: o seguro de crédito garante os créditos que uma empresa fornecedora tem a receber de seus compradores em caso de inadimplência (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2017 às 18h59.

São Paulo - As indenizações pagas superaram o volume de prêmios emitidos no mercado de seguro de crédito no Brasil em 2016, mostrando que o aumento dos calotes provocado pela recessão no país atingiu também o setor de seguros.

Os prêmios emitidos de apólices contra não pagamento de empréstimos somaram 251 milhões reais, enquanto as indenizações chegaram a 286 milhões reais, de acordo com dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).

Em 2015, os seguros de crédito emitidos tinham sido de 201 milhões de reais, ante 294 milhões de reais de indenizações.

O seguro de crédito garante os créditos que uma empresa fornecedora tem a receber de seus compradores em caso de inadimplência.

Segundo a vice-presidente da Comissão de Risco de Crédito e Garantia da Fenseg, Cristina Salazar, esse quadro reflete o momento difícil da economia do país, com muitas empresas em falência ou em recuperação judicial.

"Vimos várias empresas deixaram de pagar seus fornecedores, que por sua vez também tiveram problemas de caixa e assim por diante", disse Cristina.

Segundo ela, em geral os segurados são multinacionais que conhecem o seguro fora do Brasil. Embora seja oferecido no país há cerca de duas décadas, o seguro de crédito só é usado por cerca de 600 corporações, a maioria filiais de estrangeiras, segundo a Coface.

Entre as atividades que mais contratam o seguro nos últimos anos estão empresas do setor siderúrgico, bens de consumo, agronegócios, têxtil e calçados.

Para a executiva da Fenseg, o fato de as indenizações terem superado o total de prêmios não deve desestimular as seguradoras a operar com o produto.

"A sinistralidade tende a reduzir um pouco em 2017 e, além disso, as seguradoras ficam com o direito ao crédito não recebido e podem tentar recuperar parte ou todo dos recursos", disse Cristina. "Agora é hora de mostrar que o produto realmente funciona".

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