Aço na China: presidente da associação destaca que maioria das importações de aço vêm da China (China Daily/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 15h55.
São Paulo - No primeiro semestre de 2014, as importações de produtos siderúrgicos aumentaram 53,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 956,8 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).
Para o presidente da instituição, Carlos Loureiro, o cenário de insegurança em meio a um pessimismo em relação à economia e incertezas em relação ao dólar deve frear os contratos de importação.
Os aços zincados lideraram o aumento das importações em junho, com alta de 153,5% em comparação a junho de 2013, de acordo com dados do Inda.
Os zincados são utilizados em bens de consumo e na construção civil. Laminados a frio registraram alta de 147% ante junho do ano passado. A importação de chapas grossa teve a maior queda do período, de 30,1% na mesma comparação.
Loureiro destacou que a maior parte das importações de aço são provenientes da China e se estas não fossem contabilizadas, o volume importado seria apenas residual. Dentre as chapas importadas, 79,5% vieram da China. No caso dos zincados importados, 81,3% tem origem chinesa.
Perspectiva de vendas
Loureiro afirmou ainda que a projeção para o crescimento das vendas do setor pode ser reduzida novamente. A previsão de crescimento para 2014, anteriormente fixada em 4%, foi reduzida para 1%, com viés negativo, podendo ser revisada.
Segundo Loureiro, a perspectiva é negativa para julho, com crescimento de 10% referente apenas ao aumento do número de dias úteis. O mês de agosto também deve apresentar resultados ruins, diz o executivo.
Segundo Loureiro, o aumento das exportações poderia melhorar o cenário, mas depende da desvalorização do dólar. De qualquer forma, ele prevê um panorama de difícil previsibilidade e de ajustes após as eleições que podem reduzir a venda de aço.
Loureiro destaca que a indústria de transformação, principal cliente dos distribuidores de aço, está pessimista.
Tendo em vista o cenário negativo, o Inda não vê necessidade de redução de preços nos próximos meses. De acordo com Loureiro, a redução de preços não deve ter tanto impacto sobre o consumo de aço, pois a demanda deve continuar enfraquecida.
"Não vejo as usinas reduzindo preço porque o mercado não vai crescer, não adianta", afirmou.