Sede do Banco Central: a ata destaca ainda que as incertezas em relação ao cenário extero também se mantêm (.)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2016 às 10h14.
A maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considerou que persistem as incertezas associadas ao processo de recuperação dos resultados fiscais e ao comportamento e expectativa sobre a inflação.
A informação consta da ata da última reunião do Copom, divulgada hoje (10) pelo BC. No último dia 2, por seis votos a dois, o comitê decidiu manter pela quinta vez seguida a taxa Selic em 14,25% ao ano.
A ata destaca ainda que as incertezas em relação ao cenário extero também se mantêm, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia chinesa e seus desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de petróleo.
Os membros do comitê avaliaram também que o ainda elevado patamar da inflação é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, e que “fazem com que a inflação mostre resistência”.
Para os membros do comitê, esses processos têm impactos diretos sobre a inflação, mas a política monetária pode, deve e está contendo os “efeitos deles decorrentes”.
Para o Copom, é preciso continuar acompanhando o desenvolvimento nos ambientes doméstico e externo e seus impactos sobre o balanço de riscos para a inflação, o que, combinado com os ajustes já implementados na política monetária, pode fortalecer o cenário de convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
“Ressalte-se a importância de se perseverar na promoção de reformas estruturais de forma a assegurar a consolidação fiscal em prazos mais longos”, registra a ata.
Por outro lado, na hipótese da manutenção da taxa de câmbio em R$3,95 e da taxa Selic em 14,25% ao ano, usado em um cenário de referência, “em todo o horizonte relevante”, houve elevação da projeção para a inflação, tanto para 2016 quanto para 2017, acima do centro da meta de 4,5%.
Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Política Econômica), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional, Cidadania e Administração) e Otávio Damaso (Regulação).
Os diretores Sidnei Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.