Pessoas retiram dinheiro de caixa: por outro lado, as instituições não podem abrir até que seja encontrada uma solução, pois assim haverá uma retirada em massa de dinheiro (Barbara Laborde/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 13h17.
Nicósia - O "não" do Parlamento do Chipre à taxação dos depósitos bancários como contrapartida ao resgate abriu um novo período de incerteza sobre o futuro dos bancos do país, que não sabem quando voltarão a abrir suas portas nem quando receberão a injeção de liquidez necessária para evitar uma quebra.
As instituições financeiras da ilha permaneciam fechadas nesta quarta-feira e a imprensa considera certo que não abrirão amanhã, embora não tenha sido feito nenhum anúncio oficial sobre a questão.
Segundo análise do laboratório de ideias britânico OpenEurope, os bancos cipriotas não podem permanecer fechados por muito tempo, já que o comércio e as empresas necessitam ter acesso as suas contas para funcionar normalmente. Por outro lado, as instituições não podem abrir até que seja encontrada uma solução, pois desta maneira haverá uma retirada em massa de dinheiro.
Os dois maiores bancos do país, o Laiki Bank, que sofreu intervenção estatal, e o Bank of Cyprus, necessitam ser recapitalizados com urgência para evitar a quebra e para isso precisam de uma injeção de fundos externos.
Em nota divulgada ontem, o Banco Central Europeu (BCE) assegurou que "reafirma seu compromisso de proporcionar a liquidez necessária dentro das leis existentes".
O representante alemão no BCE, Jorg Asmussen, disse ao semanário "Die Zeit" que não é possível financiar os bancos cipriotas até que seja realizada uma recapitalização.
"Podemos injetar liquidez de emergência somente em bancos solventes e a solvência dos bancos cipriotas não pode ser alcançada sem um acordo para um programa de ajuda que permita uma rápida recapitalização do setor bancário", afirmou Asmussen.