Economia

Inae vai propor Plano de Desenvolvimento para sair da crise

De acordo com o ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, superintendente do Inae, esta é a maior crise já enfrentada pelo Brasil


	Crise brasileira: o Plano Nacional de Desenvolvimento apresenta uma estratégia de desenvolvimento com várias forças propulsoras
 (Miguel Schincariol / AFP)

Crise brasileira: o Plano Nacional de Desenvolvimento apresenta uma estratégia de desenvolvimento com várias forças propulsoras (Miguel Schincariol / AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2016 às 14h19.

O Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) promove a partir de amanhã (17) o 28º Fórum Nacional. Para enfrentar a crise “econômica, social, política e ética” do país, o fórum deverá propor o Plano Nacional de Desenvolvimento.

De acordo com o ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, superintendente do Inae, esta é a maior crise já enfrentada pelo Brasil.

”Das vezes anteriores, não havia recessão, mas agora temos, ou seja, crescimento negativo”.

O Plano Nacional de Desenvolvimento apresenta uma estratégia de desenvolvimento com várias forças propulsoras, “de modo a superar a crise e o Brasil voltar a crescer normalmente”.

Entre essas forças, Velloso citou o “verdadeiro” ajuste fiscal. Informou que, antes da decisão do Senado de aceitar o pedido de 'impeachment' da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil tinha 39 ministérios, contra 17 nos Estados Unidos.

Investimentos

“Nós temos um Estado executivo, Legislativo e Judiciário gigantescos, completamente fora de tamanho para as dimensões da economia brasileira”.

Afirmou que, nos últimos 20 ou 30 anos, “tinha ministério para tudo. Isso é terrível para os gastos governamentais e impede o investimento. Não havia recursos para investimentos”.

Segundo o ex-ministro, os gastos correntes e de consumo devem ser o mínimo, para que sobrem recursos para investimento. “O governo tem de fazer isso. Se não fizer, não adianta”.

A redução de ministérios estabelecida pelo presidente interino Michel Temer, de 39 para 23, foi positiva, disse Reis Velloso.

Advertiu, entretanto, que é preciso saber se os ministérios que resultaram da integração de duas pastas, como Educação e Cultura, “serão maior do que a soma dos dois”.

Para o ex-ministro, somente depois de ficar claro “quais são os ministérios e os gastos é que saberemos se realmente foi um avanço, algum tipo de reforma, porque isso tudo tem de ser avaliado”.

O plano que será debatido no Fórum Nacional contempla ainda estratégia de desenvolvimento industrial, impulso à infraestrutura, avanços em inovação, de modo que não haja retrocesso no desenvolvimento do país, além de prioridade à reforma política, “porque o maior problema do Brasil é político”.

O 28º Fórum Nacional se estenderá até 19 de maio. Está prevista a participação dos novos titulares do Planejamento, Romero Jucá, e da Educação e Cultura, Mendonça Filho.

Também participarão o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), presidentes de estatais e entidades representativas do setor privado, acadêmicos e representantes do setor da cultura.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, falará na abertura do evento, abordando o tema “Avançando para o Brasil Desenvolvido”.

O Fórum será realizado na sede do BNDES, centro do Rio de Janeiro.

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