Economia

Inadimplência espelha desemprego e sobe 4,79% em maio

No mês passado, havia quase 56,5 milhões de consumidores negativados - com o nome inscrito no SPC


	Cartões: no mês passado, havia quase 56,5 milhões de consumidores negativados
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Cartões: no mês passado, havia quase 56,5 milhões de consumidores negativados (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 11h43.

Brasília - O número de consumidores inadimplentes aumentou 4,79% em maio de 2015 em relação a igual mês de 2014, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgados nesta quarta-feira, 10.

A alta foi menor do que a registrada em abril, de 5,02%. Em março, o número de consumidores com contas em atraso subiu 3,46% nessa mesma base de comparação.

Com o resultado do mês passado, a inadimplência acumulada nos primeiros cinco meses do ano está em 4,63%. A CNDL e o SPC Brasil informaram que o crescimento observado em maio é o mais intenso para esse mês desde 2013.

Na comparação com abril deste ano, a inadimplência em maio apresentou crescimento de 1,20%.

No mês passado, havia quase 56,5 milhões de consumidores negativados - com o nome inscrito no SPC.

Pinheiro disse que o aumento do desemprego no País já afeta as atividades do varejo. "O desemprego já nos atinge. O consumidor começa a atrasar pagamentos porque se desempregou".

De acordo com a confederação, as consecutivas altas da inadimplência neste segundo trimestre de 2015 coincidem com a piora dos indicadores macroeconômicos, que estariam afetando a capacidade de pagamento das famílias.

A CNDL lembra que ao longo do segundo semestre de 2014 o indicador vinha sendo puxado para baixo por causa da menor disponibilidade de crédito na economia.

A partir de março, no entanto, passou a ser verificado um novo repique da inadimplência.

O presidente da CNDL avaliou que o plano de infraestrutura lançado na terça-feira, 9, pelo governo federal, de quase R$ 200 bilhões é uma "janela de esperança".

Lamentou, no entanto, o fato de o grosso dos investimentos ser previsto apenas para 2019.

"Para quem está hoje desempregado é uma demora. Precisamos que o governo procure agir; tem muita coisa a fazer sem muitos investimentos", disse.

Como exemplo, citou a necessidade da criação de um fundo de aval para os bancos oficiais para que haja simplificação dos processos.

Pinheiro salientou que quatro em cada 10 brasileiros estão inadimplentes e que 2 milhões de brasileiros se tornaram inadimplentes só em 2015 até agora.

"A reação do consumidor é muito forte, tanto quando as coisas estão bem quanto quando estão mal."

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