Economia

Imposto sobre bem de consumo pode subir, afirma Mantega

"Temos uma previsão de aumento de alguns tributos", disse o ministro, acrescentando que "corte adicional" pode ser adotado para que meta fiscal seja cumprida


	Ministro da Fazenda, Guido Mantega: "estamos contando com a recuperação da arrecadação por conta da melhoria do crescimento econômico"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ministro da Fazenda, Guido Mantega: "estamos contando com a recuperação da arrecadação por conta da melhoria do crescimento econômico" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2014 às 06h28.

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO - O governo pode elevar os impostos sobre bens de consumo para compensar a alta de despesas como o reajuste nos benefícios do Bolsa Família, disse neste domingo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao jornal O Globo, afirmando que a meta de superávit primário é um compromisso "irreversível".

A presidente Dilma Rousseff anunciou na semana passada a correção da tabela do Imposto de Renda, com impacto fiscal estimado em 5,3 bilhões de reais, e aumento de 10 por cento nos benefícios do Bolsa Família.

Mas Mantega afirmou que o gasto com a elevação do benefício não é expressiva e será compensada com aumento da arrecadação ou redução de despesas.

"Temos uma previsão de aumento de alguns tributos", disse o ministro ao jornal, acrescentando que "nada impede que, se for necessário, façamos algum corte adicional para que o fiscal seja cumprido na íntegra".

Entre os impostos que podem subir estão uma alteração no PIS/Confins sobre importação, com o objetivo de equalizar o tributo do bem importado ao do bem produzido no Brasil, disse o ministro. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também pode subir em junho, acrescentou, mas ainda não há decisão.

Na semana passada, a Receita Federal elevou para 2,25 por cento ante 1,3 por cento a estimativa de aumento dos preços de bebidas frias, categoria que inclui cervejas, refrigerantes, energéticos, isotônicos e refrescos.

"Mas, na verdade, estamos trabalhando mais com contenção de gastos e estamos contando com a recuperação da arrecadação por conta da melhoria do crescimento econômico", afirmou Mantega.

O ministro afirmou que o governo está olhando para as dificuldades do setor automotivo, mas não vê a necessidade de demissões no segmento.

A intenção do governo é facilitar o crédito para exportação e incentivar um aumento do crédito no mercado doméstico. Segundo Mantega, o governo também está trabalhando num fundo garantidor para melhorar a segurança dos bancos de modo que eles se sintem mais à vontade para liberar o crédito.

Acompanhe tudo sobre:Bolsa famíliaDilma RousseffGovernoGuido MantegaImpostosLeãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto