O novo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de transmissão de cargo. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2019 às 14h41.
Brasília — Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito na quarta-feira, 27, que a aprovação da reforma da Previdência poderia reduzir a taxa básica de juros em 2%, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou nesta quinta-feira, 28, que é impossível prever hoje o quanto a reforma pode significar sobre a Selic no curto prazo.
"Guedes enfatizou por diversas vezes que o BC é independente", respondeu Campos Neto. "Não dá para dizer hoje que peso exato a reforma terá na Selic, mas a melhora do ambiente econômico (com a aprovação do texto) deve influenciar a taxa de juros estrutural da economia", completou.
Copom
O presidente do Banco Central reafirmou que a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a Selic em 6,50% ao ano - na semana passada - foi unânime e teve "divergências mínimas" sobre os pesos de alguns fatores do balanço de riscos considerado pelo colegiado.
Ele negou que o BC esteja sendo "complacente" ao manter os juros no atual patamar mesmo diante do baixo nível de recuperação atividade econômica. "Tivemos vários choques subsequentes no passado que serviram como aperto monetário e entendemos que precisávamos de mais tempo para observar isso", repetiu.
Campos Neto voltou a considerar quenão há indícios de que a desaceleração da economia global será "abrupta". "Vamos analisar o desempenho da economia americana até a próxima reunião (do Copom)", concluiu.