Economia

Impeachment seria ruim para nota do Brasil, diz Moody's

A decisão sobre um eventual corte da classificação de risco do país dependerá do futuro de Dilma, disse analista da agência


	Dilma Rousseff: a decisão sobre um eventual corte da classificação de risco do país dependerá do futuro de Dilma
 (Vesa Moilanen/Lehtikuva/REUTERS)

Dilma Rousseff: a decisão sobre um eventual corte da classificação de risco do país dependerá do futuro de Dilma (Vesa Moilanen/Lehtikuva/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 10h47.

Londres - O impeachment da presidente Dilma Rousseff seria "na melhor das hipóteses" neutro para a nota de crédito do Brasil, mas a tendência é que seja negativo, afirmou nesta quarta-feira o analista sênior da Moody's Mauro Leos.

Leos afirmou que, junto com o desempenho da economia do Brasil nos próximos anos, a decisão sobre um eventual corte da classificação de risco do país dependerá do futuro de Dilma e de se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanecerá no cargo.

"Da nossa perspectiva, entendemos que um impeachment, na melhor das hipóteses, teria implicação neutra para a nota do país, mas a tendência é que enxergássemos um impeachment como algo negativo para a nota devido às incertezas relacionadas a todo o processo", disse Leos em evento da Moody's.

Falando às margens do evento, ele disse à Reuters que é mais provável que a agência piore para "negativa" a perspectiva da classificação de risco, atualmente "estável", em vez de cortar a nota em si diretamente para o grau especulativo, no caso de um impeachment.

A Moody's classifica o Brasil em "Baa3", último degrau dentro do grau de investimento. Após a decisão da Standard & Poor's de rebaixar o Brasil para o grau especulativo em setembro, a pergunta é se a Moody's e a Fitch farão o mesmo.

"Se chegássemos a um processo de impeachment, qualquer coisa poderia acontecer. Dito isso, se for nessa direção, uma das possibilidades é que as coisas poderiam melhorar em seguida", acrescentou Leos.

A eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também adicionaria incerteza. No entanto, como ele não tem sido bem-sucedido em entregar reformas como esperavam investidores no início do ano, não seria um golpe tão forte para a nota de crédito como anteriormente previsto, disse Leos.

"Depende de quem for o escolhido (para substituir Levy)", disse Leos, acrescentando que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles seria bem recebido pelos mercados devido a seus contatos políticos, embora ele também tenha uma relação difícil com Dilma.

Texto atualizado às 11h47

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