James Bullard: problemas fiscais "mudaram a possibilidade" de o banco central reduzir o programa de "quantitative easing" (Brian Snyder/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 16h33.
St. Louis - É menos provável que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reduza o programa de compra de títulos ainda neste mês devido à paralisação do governo norte-americano e à consequente falta de dados econômicos, além do debate sobre o teto da dívida, disse o nesta quinta-feira o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.
Bullard, que tem poder de voto no reunião de política monetária do Fed neste ano, disse que os problemas fiscais em Washington "mudaram a possibilidade" de o banco central dos EUA reduzir o programa de "quantitative easing" de 85 bilhões de dólares ao mês em reunião marcada para 29 e 30 de outubro.
Bullard apoiou a surpreendente decisão do mês passado de manter o ritmo mensal de compras de títulos para promover o investimento, contratações e crescimento. Na época, os mercados reagiram fortemente à decisão, com as ações disparando globalmente.
Bullard disse que a decisão de não reduzir o estímulo foi apropriada considerando o impasse fiscal deste mês em Washington.
No mês passado, "citamos que a incerteza fiscal representava um risco; e esse risco se materializou, então eu acho que isso está tornando menos provável que tomemos a decisão de reduzir o estímulo em outubro", disse Bullard a jornalistas às margens de uma conferência organizada por sua regional do Fed, acrescentando que o debate do teto da dívida também desempenha papel importante.
Ele disse que não decidiu e não quer pré-julgar a reunião de outubro. Mas os problemas fiscais "mudaram as possibilidades", afirmou ele, acrescentando que o Fed pode ser paciente com o estímulo até que a inflação avance para mais perto da meta de 2 por cento.
O impasse orçamentário no Congresso dos EUA levou à paralisação do governo em 1º de outubro que ameaça prejudicar o crescimento econômico e já atrasou a divulgação de importantes dados econômicos, como o relatório de emprego de setembro. Parlamentares debatem sobre quando e como evitar o default em 17 de outubro.