Economia

Impacto de mudanças na reforma da Previdência será calculado

O ministro da Fazenda lembrou que, até agora, as mudanças no projeto feitas na Câmara já reduziram em 24% o efeito fiscal da reforma em 10 anos

Henrique Meirelles: "O importante é que o ajuste fiscal seja substancial", diz (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: "O importante é que o ajuste fiscal seja substancial", diz (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2017 às 15h01.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira, 3, que a equipe econômica ainda irá calcular o impacto das últimas concessões feitas pelo deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA) no relatório da reforma da Previdência com relação à economia projetada para os próximos anos.

Ele lembrou que, até agora, as mudanças no projeto feitas na Câmara dos Deputados já reduziram em 24% o efeito fiscal da reforma em um período de 10 anos.

"Essa economia de 76% que restou do projeto original ainda está dentro do que prevíamos, dentro de um processo normal de negociação com o Congresso, que acreditamos que está indo bem. O importante é que o ajuste fiscal seja substancial e a nossa equipe está calculando os efeitos dessas novas concessões", disse o ministro ao deixar o evento sobre liberdade de imprensa, na sede da OAB no Distrito Federal. Segundo ele, a expectativa é de que os efeitos se mantenham dentro dessa margem de 30% dos impactos da proposta original.

Meirelles repetiu esperar que a votação da reforma ocorra no plenário da Câmara ainda em maio, mas disse que um eventual atraso de algumas semanas na votação não prejudica a medida formulada para ter efeito durante décadas. "Mas, quanto mais cedo se votar, melhor pela influência sobre as expectativas dos agentes financeiros e pensando na recuperação da economia."

Após dizer em apresentação que a economia brasileira já cresceu no primeiro trimestre de 2017, Meirelles adiantou que esse ritmo de alta foi de 3% anualizado nos três primeiros meses do ano.

Questionado se a equipe econômica já estuda alterar a projeção de alta do PIB este ano - que atualmente está em 0,5% - o ministro disse que é preciso esperar evidências mais sólidas de uma expansão maior da atividade para se fazer uma nova estimativa, mas confirmou que o viés da atual projeção é de alta.

Ele lembrou que, no último trimestre deste ano, a projeção da Fazenda é de um crescimento de 2,7% ante o último trimestre de 2016. "A projeção de 0,5% no ano é a média anual. Mas na ponta já estaremos crescendo a 2,7%. Isso que é importante. Temos um crescimento de 3% no primeiro trimestre, esperamos uma acomodação no segundo trimestre e chegaremos a esse crescimento no fim do ano", disse.

Eleição

Ao final da entrevista, Meirelles foi questionado se a recuperação da economia este ano o alçaria à condição de presidenciável nas eleições de 2018. "No momento, estou focado na economia", limitou-se a responder.

Acompanhe tudo sobre:Henrique MeirellesMinistério da FazendaReforma da Previdênciareformas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto