Ao reconhecer a crise internacional no cenário, os membros do comitê dizem que "a atividade econômica doméstica desacelera" como consequência do quadro externo (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2011 às 11h01.
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) passou a reconhecer a influência da crise financeira internacional também no chamado "cenário alternativo". De acordo com o parágrafo 18 da ata da última reunião do comitê, divulgada na manhã de hoje, os diretores do Banco Central (BC) admitem que "a atual deterioração do cenário internacional cause um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do impacto observado durante a crise internacional de 2008/2009".
Nesse trecho do documento, os diretores avaliam que a atual crise internacional deverá ser "mais persistente do que a verificada em 2008/2009, porém, menos aguda, sem observância de eventos extremos".
Ao reconhecer o efeito da crise internacional no cenário alternativo, os membros do comitê dizem que "a atividade econômica doméstica desacelera" como consequência do turbulento quadro externo. "Apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa básica de juros, entre outros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional", conclui o trecho da ata, sem citar as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nesse cenário.
Na ata anterior, de julho de 2011, o cenário alternativo era citado e dizia apenas que "a projeção de inflação se encontra acima da meta para 2011 e para 2012, e em torno da meta no primeiro semestre de 2013".