Economia

Imigrantes mandaram valor recorde para fora do país em 2014

Pela primeira vez, dinheiro enviado por imigrantes para fora ultrapassou a marca do US$ 1 bilhão; mercado de remessas mais oficializado é um dos fatores

Notas de real (Reprodução)

Notas de real (Reprodução)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 12h32.

São Paulo - A economia estagnada não foi suficiente para impedir que o valor enviado por imigrantes no Brasil para o exterior batesse um novo recorde.

Em 2014, ele chegou a US$ 1,2 bilhão, crescimento de 29% sobre os US$ 937 milhões do ano anterior, segundo dados do Banco Central.

O número cresce constantemente há uma década, com uma pequena queda apenas em 2011, e caminhava para um novo recorde já em setembro do ano passado.

O crescimento reflete dois fenômenos: o primeiro é a chegada de mais imigrantes ao Brasil, atraídos pelo baixo desemprego e a boa situação econômica pré-2011.

Os 80 mil bolivianos no país são uma das principais fontes das remessas - o dinheiro daqui é responsável por 7,6% de tudo que o país recebe do exterior nessa modalidade, de acordo com o BC local.

O governo brasileiro também tem promovido políticas específicas para a população imigrante, como a inclusão em programas sociais e a concessão de vistos especiais para haitianos.

Segundo dados da agência da ONU para Refugiados, o Acnur, o número de pedidos de refúgio ao Brasil aumentou quase 1.000%, de 566 para 5.256, só entre 2010 e 2013 

O segundo motivo para o crescimento nas remessas é que uma parte maior delas está sendo contabilizada, graças a uma maior participação de empresas como Western Union e outras corretoras menores no processo.

O Banco Central só registra os recursos enviados de forma oficial, o que tende a ganhar importância em relação a outras técnicas mais rudimentares como envio por carta.

O dinheiro que os imigrantes brasileiros fora do país enviam para cá ainda é maior, mas teve queda: de US$ 1,94 bilhão em 2013 para US$ 1,91 bilhão em 2014.

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