Ilan: "não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo", disse o presidente (Andrew Harrer/bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 5 de março de 2018 às 12h10.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a taxação pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio importados seria uma medida negativa de maneira geral, afetando inclusive os próprios norte-americanos.
"Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo, isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos", afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN.
"O que acontece é que vai ter preços mais caros, tudo vai ter uma tarifa a mais", acrescentou.
O presidente do BC avaliou, por outro lado, que os Estados Unidos podem desistir da investida diante da forte reação negativa e da ameaça de retaliação por outras nações.
Nesta manhã o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente sugeriu que o Canadá e o México poderão ser isentos das planejadas tarifas sobre as importações de aço e alumínio se os dois países assinarem um novo acordo comercial do Nafta e tomarem outras medidas.
Na semana passada, Trump afirmou que os EUA aplicariam uma taxa de 25 por cento sobre o aço importado e de 10 por cento sobre o alumínio para proteger os produtores nacionais, anúncio que chocou parceiros comerciais, alarmou líderes da indústria e deteriorou os mercados acionários.
No Brasil, o Ministério da Indústria e Comércio Exterior publicou nota apontando que o país deverá recorrer se a decisão de Trump for confirmada.
"O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses no caso concreto" dos produtos brasileiros serem incluídos na medida de proteção comercial norte-americana, afirmou o ministério em nota.