Economia

IIF vê queda de até 4,5% do PIB brasileiro em 2016

A escalada da crise política e econômica, com as investigações da Lava Jato ganhando mais força, foram notadas pelos especialistas


	PIB: a escalada da crise política e econômica, com as investigações da Lava Jato ganhando mais força, foram notadas pelos especialistas
 (Thinkstock)

PIB: a escalada da crise política e econômica, com as investigações da Lava Jato ganhando mais força, foram notadas pelos especialistas (Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2016 às 16h59.

Nova York - O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos e instituições financeiras do mundo, voltou a piorar as previsões para a recessão brasileira e agora espera contração de 4% a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano.

Em um relatório divulgado em fevereiro, o IIF previa que a queda do PIB brasileiro este ano poderia chegar até a 4%, mas o economista da instituição para a América Latina, Ramón Aracena, acaba de visitar o Brasil e não ficou muito animado com o quadro que encontrou no país.

Por isso, o economista, que fica baseado em Washington, agora vê chances de um aprofundamento maior da recessão deste ano, com a retração do PIB superando os 4%.

Com isso, o período 2015/2016 pode marcar o pior desempenho do PIB brasileiro desde a depressão dos anos 30. "A incerteza é a única certeza no Brasil", afirmou o economista comentando sua visita ao país em relatório divulgado nesta terça-feira, 8.

Na passagem pelo Brasil, o economista notou a escalada da crise política e econômica, com as investigações da operação Lava Jato ganhando ainda mais força e a trajetória das contas fiscais em contínua demonstração de fraqueza.

"A crise política está aprofundando a recessão na medida em que a confiança dos agentes entra em colapso", afirma o IIF.

Aracena destaca que o PIB de 2016 vai "carregar" parte importante da recessão do ano passado, quando a economia encolheu 3,8%, além de refletir a paralisia política do Brasil e a falta de sinais de que a atividade econômica pode ter atingido o fundo do poço.

Protestos

O IIF avalia que os acontecimentos da semana passada, que culminaram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo levado a depor pela Polícia Federal, podem fazer com que o impeachment de Dilma Rousseff ocorra mais rápido. Um fator considerado decisivo neste momento são os protestos contra o governo marcado para várias cidades brasileiras no próximo dia 13.

Se a participação popular surpreender nas manifestações, Aracena avalia que pode haver pressão adicional para o Congresso e deputados e senadores que apoiam Dilma podem mudar de lado, aumentando as chances de um processo de impeachment mais rápido.

No momento, o cenário de curto prazo no Brasil permanece imprevisível, com Dilma podendo cair por um impeachment, por cassação da chapa que a elegeu em 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou mesmo podendo sobreviver no Planalto até 2018.

Este último caso, porém, "parece cada vez mais improvável", afirma o economista do IIF.

"Como a crise política termina é crucial para a economia. Qualquer novo presidente seria politicamente mais bem posicionado para desencadear uma reviravolta na economia do que a atual presidente", afirma o relatório do IIF.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDilma RousseffImpeachmentLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPersonalidadesPIBPIB do BrasilPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto