Economia

IIF reduz previsão de fluxo de capital externo ao país

Projeção é que Brasil receba US$ 137,4 bi em fluxos líquidos de capitais privados em 2013, abaixo dos US$ 144,9 bilhões da estimativa feita em janeiro pelo IIF


	Apesar da revisão para baixo, o Brasil deve obter tanto este ano como no próximo, um fluxo líquido acima do de 2012, que ficou em US$ 125,9 bilhões
 (Stock.xchng)

Apesar da revisão para baixo, o Brasil deve obter tanto este ano como no próximo, um fluxo líquido acima do de 2012, que ficou em US$ 125,9 bilhões (Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 17h56.

Nova York - O Brasil deve receber menos capital externo este ano e em 2014 do que as estimativas feitas em janeiro, de acordo com novas previsões do Institute of International Finance (IIF, uma entidade que reúne grandes bancos globais) divulgadas nesta quarta-feira, 26.

A projeção é que o Brasil receba US$ 137,4 bilhões em fluxos líquidos de capitais privados em 2013, abaixo dos US$ 144,9 bilhões da estimativa feita em janeiro pelo instituto.

Para 2014, a previsão é que os fluxos líquidos privados rumo ao mercado brasileiro fiquem em US$ 134 bilhões, também menos do que se estimava anteriormente (US$ 148 bilhões). Apesar da revisão para baixo, o Brasil deve obter tanto este ano como no próximo, um fluxo líquido acima do de 2012, que ficou em US$ 125,9 bilhões.

As principais razões para a baixa no volume esperado de fluxos de capitais rumo ao Brasil e outros países emergentes são a possibilidade de mudanças na política monetária acomodatícia do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), e o ajuste que os investidores globais vêm fazendo em suas carteiras se antecipando ao movimento, ressalta o relatório do IIF.

Outro ponto que ajuda a reduzir a atratividade do Brasil e outros mercados é o menor crescimento econômico. O IIF diminuiu recentemente a previsão de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e agora vê o país crescendo apenas 2,5% este ano e 3,2% em 2014.

"O ambiente para os fluxos de capital em direção aos países emergentes piorou recentemente, em meio ao aumento da aversão ao risco global", ressalta o relatório. Os mercados emergentes devem receber US$ 1,145 trilhão em fluxos de capital este ano, uma queda de US$ 36 bilhões em relação ao ano passado. Para 2014, nova redução é estimada, com os fluxos caindo para US$ 1,112 trilhão, o que seria o menor nível desde 2009.

Os países emergentes da Europa, como a Turquia, devem ser os únicos a ficar na contramão da redução prevista de fluxos. As previsões do IIF para a região foram revistas para cima em US$ 68 bilhões neste ano e em US$ 19,3 bilhões em 2014.

O IIF destaca que, desde meados de maio, os emergentes vêm sentindo reflexos claros dos ajustes nas carteiras dos investidores em meio à expectativa de redução dos estímulos monetários do Fed. As Bolsas de Valores desses mercados acumulam queda de 15% desde o dia 22 de maio, quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, deu um depoimento no Congresso norte-americano destacando que a política monetária poderia mudar em breve.

As moedas dos emergentes se desvalorizaram 7% desde maio, com as divisas de Brasil, África do Sul e Indonésia registrando quedas acentuadas. Ao mesmo tempo, cerca de US$ 5 bilhões foram retirados, em valores líquidos, dos fundos de ações dedicados a estes mercados.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeiraseconomia-brasileiraFundos de investimentofundos-de-acoesMoedasPolítica monetáriarenda-variavel

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto