Economia

IGPs desaceleram em outubro, mas FGV não espera deflação

Segundo FGV, tendência para os IGPs como um todo é de taxas menores em outubro do que em setembro


	Plantação de soja: algumas matérias-primas agropecuárias, como a soja, estão renovando as quedas nos preços
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Plantação de soja: algumas matérias-primas agropecuárias, como a soja, estão renovando as quedas nos preços (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 17h13.

Rio - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deve mostrar forte desaceleração em outubro, mas não há indícios de novo ciclo de deflação no indicador, segundo Salomão Quadros, superintendente adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). 

Segundo ele, a tendência para os IGPs como um todo é de taxas menores em outubro do que em setembro.

"Não vai haver deflação. A gente teve deflação durante três meses (de maio a julho), depois se recuperou um pouco. Agora vai passar de raspão, mas não vamos entrar num novo ciclo de deflação. Ainda mais com esses pequenos choques agrícolas, que acabam tirando o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) do negativo", previu Quadros.

O IGP-M teve alta de 0,13% na segunda prévia de outubro, contra um aumento de 0,31% na segunda prévia de setembro.

O economista da FGV explica que algumas matérias-primas agropecuárias, como a soja, estão renovando as quedas nos preços, derrubando também os derivados industrializados, como o farelo de soja.

"A soja está caindo mês após mês, porque o cenário da safra nos Estados Unidos este ano é o melhor possível", apontou. "A soja já caiu 19,32% este ano", completou.

Quadros lembrou também que o adiamento da retomada do crescimento global tem ajudado a derrubar preços de insumos industriais como minério de ferro e petróleo.

O que impede que o indicador arrefeça mais é o aumento de alguns produtos agrícolas, afetados pela estiagem no País.

"O que perturba um pouco são algumas culturas que estão sendo afetadas por essa segunda rodada de seca, como o café", justificou o superintendente da FGV.

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