Rio - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deve mostrar forte desaceleração em outubro, mas não há indícios de novo ciclo de deflação no indicador, segundo Salomão Quadros, superintendente adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo ele, a tendência para os IGPs como um todo é de taxas menores em outubro do que em setembro.
"Não vai haver deflação. A gente teve deflação durante três meses (de maio a julho), depois se recuperou um pouco. Agora vai passar de raspão, mas não vamos entrar num novo ciclo de deflação. Ainda mais com esses pequenos choques agrícolas, que acabam tirando o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) do negativo", previu Quadros.
O IGP-M teve alta de 0,13% na segunda prévia de outubro, contra um aumento de 0,31% na segunda prévia de setembro.
O economista da FGV explica que algumas matérias-primas agropecuárias, como a soja, estão renovando as quedas nos preços, derrubando também os derivados industrializados, como o farelo de soja.
"A soja está caindo mês após mês, porque o cenário da safra nos Estados Unidos este ano é o melhor possível", apontou. "A soja já caiu 19,32% este ano", completou.
Quadros lembrou também que o adiamento da retomada do crescimento global tem ajudado a derrubar preços de insumos industriais como minério de ferro e petróleo.
O que impede que o indicador arrefeça mais é o aumento de alguns produtos agrícolas, afetados pela estiagem no País.
"O que perturba um pouco são algumas culturas que estão sendo afetadas por essa segunda rodada de seca, como o café", justificou o superintendente da FGV.
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1. Preços nas alturas
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1/16 (Diego Giudice/Bloomberg)
São Paulo - A
inflação voltou a ser motivo de preocupação para o brasileiro. Apesar do crescimento baixo da economia e das tarifas controladas, ela continua perigosamente
perto do teto da meta (6,5%). É um número alto comparado ao dos países desenvolvidos (e da maior parte dos emergentes), mas não suficiente para colocar o país entre as maiores taxas do mundo. No top 15, há países em crescimento e em recessão, estáveis e em ebulição, da América Latina aos confins da Ásia. Os dados são do CIA World Factbook para o ano de 2013 com base em índices de preços ao consumidor - nem sempre oficiais. Veja a seguir:
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2. 1. Síria: 59,1%
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2/16 (Thaer Al Khalidiya/Reuters)
Por que a inflação é tão alta: a guerra civil que devasta o país desde 2011 já causou mais de 100 mil mortes, além de caos generalizado na economia. Moeda: libra síria Crescimento em 2013: não disponível
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3. 2. Venezuela: 56,2%
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3/16 (Meridith Kohut/Bloomberg)
Por que a inflação é tão alta: o governo tenta controlar preços, estoques e a troca por dólares ao mesmo tempo que continua injetando dinheiro na economia. O resultado: escassez de produtos básicos e uma inflação galopante - que pode ser
ainda maior que a divulgada.
Moeda: bolívar venezuelano
Crescimento em 2013: 1,6% (estimativa oficial)
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4. 4. Malawi: 26,9%
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4/16 (Wikimedia Commons)
Por que a inflação é tão alta: com baixo nível de reservas internacionais, o país tem batalhado para manter a taxa de câmbio estável e os preços controlados desde que a moeda perdeu metade do seu valor em meados de 2012 Moeda: kwacha do Malawi Crescimento em 2013: 6,1% (estimativa oficial)
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5. 5. Sudão: 25%
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5/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: há cerca de uma década, o país sofre com conflitos armados entre a população árabe e não-árabe, o que levou à caos econômico e o desmembramento do país em 2011, com a criação do Sudão do Sul Moeda: dinar sudanês Crescimento em 2013: 3,9% (est.)
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6. 6. Argentina: 20,8%
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6/16 (Julian Finney/Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: política fiscal generosa, desvalorização do peso e o intervencionismo de Cristina Kirchner são as causas da inflação argentina. De acordo com o governo, ela foi de 10,9% em 2013, mas consultorias privadas estimam
um número no mínimo duas vezes maior.
Moeda: peso argentino
Crescimento em 2013: 3%
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7. 7. Bielorrússia: 19%
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7/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: a economia crescia muito até a crise de 2008. Com a piora das condições, o governo promoveu uma política monetária e fiscal expansionista - o que ajudou a desvalorizar a moeda e pressionar a inflação Moeda: rublo bielorusso Crescimento em 2013: 0,9%
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8. 8. Eritreia: 13%
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8/16 (Wikimedia Commons)
Por que a inflação é tão alta: o país se separou da Etiópia em 1993 e sua economia é basicamente de agricultura de subsistência. As poucas empresas privadas tem ligação forte com o governo, que gera déficits constantes por causa do alto gasto militar. Moeda: nafka Crescimento em 2013: 7% (est.)
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9. 9. Guiné: 11,9%
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9/16 (Seyllou/AFP Photo)
Por que a inflação é tão alta: o país é rico em recursos naturais mas tem baixo nível de desenvolvimento. Em 2013, a Guiné sofreu com episódios de violência política na expectativa da primeira eleição parlamentar em 5 anos, realizada em setembro. Moeda: franco da guiné Crescimento em 2013: 2,6% (est. oficial)
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10. 10. Iêmem: 11,8%
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10/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: a inflação no Iêmem foi de 25% em outubro de 2011 para 5,5% em novembro de 2012, mas voltou a crescer impulsionada pelo aumento do preço de tabaco e do khat, uma planta estimulante consumida por grande parte da população Moeda: rial iemenita Crescimento em 2013: 5,4% (est. oficial)
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11. 11. Serra Leoa: 11,1%
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11/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: o país está reconstruindo sua economia depois de mais de uma década de guerra civil. O crescimento é alto, mas os desequilíbrios também. A boa notícia é que a inflação já está em trajetória de queda. Moeda: leone Crescimento em 2013: 13,3% (est.)
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12. 12. Gana: 11%
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12/16 (SXC.Hu)
Por que a inflação é tão alta: o cedi foi uma das moedas que mais desvalorizaram no ano passado. Além disso, o governo passou a remover subsídios ao petróleo, que é basicamente importado, o que ajudou a aumentar os preços da gasolina e dos transportes. Moeda: cedi do gana Crescimento em 2013: 7,1%
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13. 13. Butão: 11%
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13/16 (Tgyeltshen/ WikimediaCommons)
Por que a inflação é tão alta: o Butão é um pequeno país asiático de apenas 700 mil habitantes, altamente dependente da Índia e com a economia baseada principalmente na agricultura e recursos florestais. Moeda: ngultrum e rupia indiana Crescimento em 2013: 6,5%
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14. 14. Uzbequistão: 10,1%
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14/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: o país herdou vários tipos de controle econômico do seu passado soviético. A inflação tem sido pressionada por gastos do governo, depreciação da moeda e aumentos controlados de tarifas que estavam represadas havia muito tempo. Moeda: som uzbeque Crescimento em 2013: 8%
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15. 15. Índia: 9,6%
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15/16 (Wikimedia Commons / Kolkatan)
Por que a inflação é tão alta: o centro do problema são alimentos, que aumentam de preço tanto do lado da demanda - por causa do crescimento da renda rural - quanto pelo lado da oferta - por causa de problemas de estoque, clima e políticas do governo. Moeda: rupia indiana Crescimento em 2013: 4,5%
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16/16 (Bloomberg)