Economia

IGP-M fecha ano com alta acumulada de 23%, três vezes mais do que em 2019

Índice é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis

Imóveis: IGP-M acumula alta de mais de 23% em 2020 (Germano Lüders/Exame)

Imóveis: IGP-M acumula alta de mais de 23% em 2020 (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 08h37.

Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 10h14.

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a alta em 0,96% em dezembro de 3,28% no mês anterior e terminou o ano com avanço acumulado de 23,14%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.

O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.

A alta em 12 meses ficou bem acima da taxa de 7,30% com que o IGP-M terminou 2019 e é a mais forte desde 2002, quando o IGP-M subiu no ano 25,31%.

A meta central de inflação do governo para os preços ao consumidor neste ano é de 4%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Em dezembro apenas, o IGP-M desacelerou a alta a 0,96% de 3,28% no mês anterior, ficando abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters para o dado mensal de uma alta de 1,13%.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,90%, de 4,26% em novembro, acumulando em 12 meses avanço de 31,63%.

O destaque em 2020 ficou para o avanço de 59,96% das Matérias-Primas Brutas, embora tenham passado a cair 0,74% em dezembro depois de alta de 5,60% em novembro.

"O grupo que exerceu maior pressão inflacionária no índice ao produtor por estágios de processamento cedeu no último mês de 2020. As principais contribuições para esse movimento partiram das commodities: soja (11,91% para -8,93%), bovinos (7,40% para -0,58%) e milho (21,85% para -2,17%)", explicou o coordenador dos índices de preços, André Braz.

"Os preços da soja e do milho seguem em alta em bolsas internacionais e tal movimento pode limitar a magnitude das quedas nas próximas apurações”, completou.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% sobre o índice geral, acelerou a alta em 1,21% no último mês do ano, de 0,72% em novembro, chegando a 4,81% no acumulado do ano.

No IPC, a maior alta acumulada em 12 meses foi registrada por Alimentação, de 12,69%. Por outro lado, os custos de Vestuário tiveram no ano queda de 1,32%.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou alta de 0,88% em dezembro, de 1,29% em novembro, e terminou o ano com alta de 8,66%.

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