O IBGE calculou que a taxa de câmbio média ficou em R$ 1,77 entre janeiro e março de 2012, contra R$ 1,67 no primeiro trimestre de 2011 (David Siqueira/Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2012 às 12h05.
Rio de Janeiro - A alta do dólar ante o real explica o aumento maior nas exportações do que nas importações no primeiro trimestre de 2012, na comparação com o primeiro trimestre de 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o resultado das Contas Nacionais nesta sexta-feira. Enquanto as exportações de bens e serviços cresceram 6,6%, as importações subiram 6,3%. O IBGE calculou que a taxa de câmbio média ficou em R$ 1,77 entre janeiro e março de 2012, contra R$ 1,67 no primeiro trimestre de 2011.
Dentro das exportações, os bens que mais contribuíram para a alta do volume embarcado foram os têxteis, de metalurgia, material elétrico, peças para veículos, os produtos químicos e mobiliário. Nas importações a maior contribuição veio da siderurgia, dor produtos farmacêuticos, de perfumaria, aluguel de equipamentos e das viagens internacionais.
"Com o aumento nas viagens internacionais, os brasileiros estão consumindo mais lá fora. Isso vem crescendo e vem ganhando peso nas importações, porque é importação de serviços", disse Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Serviços
A redução das taxas de juros e o aumento da inadimplência reduziram o ritmo de crescimento do setor de serviços no primeiro trimestre de 2012. O PIB do setor, que tem um peso de 7,4% na economia, subiu 1,6% em relação ao primeiro trimestre de 2011. À exceção do quarto trimestre de 2011, os serviços vinham crescendo a taxas muito mais altas desde o último trimestre de 2009.
A principal explicação foi o impacto da queda dos juros básicos (reduzidos em 1,25 ponto porcentual no período) e dos spreads na atividade de intermediação financeira dos bancos, que inclui serviços (tarifas, taxa de abertura de contas) e empréstimos. O aumento da inadimplência também elevou a provisão para devedores duvidosos dos bancos, afetando a atividade.
Por causa disso, na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a intermediação cresceu apenas 0,3%, a menor taxa desde 2004. Comparado ao último trimestre do ano passado houve queda de 0,8%, o pior resultado desde o quarto trimestre de 2008. Naquele período, quando eclodiu a crise financeira global, houve recuo de 2,3% nessa atividade. A intermediação financeira representa 11% do setor de serviços.
O resultado mostrou uma mudança de paradigma. "A gente sempre falava da intermediação financeira como uma das atividades que mais cresciam na economia, puxada pelo crédito", disse Rebeca Palis, gerente da coordenação de Contas Nacionais do IBGE. Em contrapartida, pesaram positivamente para o PIB do setor os serviços de informação (1,4%), comércio (1,6%), administração, saúde e educação públicas (2,9%), sempre na comparação com o primeiro trimestre de 2011.